O governo federal anunciou nesta segunda-feira, 13, a suspensão da dívida do Rio Grande do Sul com a União por três anos. A medida é uma alternativa para aliviar as finanças do estado em meio ao estrago causado pelas chuvas que atingem a região desde o fim do mês passado.
Em reunião com o governador Eduardo Leite (PSDB), Lula afirmou que atenderá às necessidades dos gaúchos. No encontro, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou a medida, que deve gerar cerca de R$ 11 bilhões ao governo gaúcho, que deverão ser usados para a reconstrução das cidades.
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Segundo o acordo, a dívida entre o estado e a União ficará suspensa por três anos. Os juros contabilizados pelas parcelas serão perdoados, dando mais R$ 12 bilhões de folga ao Palácio Piratini.
Haddad informou que um projeto será apresentado ao Congresso Nacional nas próximas horas. A tendência é que o texto seja votado ainda nesta semana pela Câmara e pelo Senado.
A suspensão da dívida atende a um pedido do próprio Eduardo Leite, que cobrava uma ação do governo federal para segurar as cobranças. A Lula, Leite afirmou não ter condições de arcar com as parcelas e atender as cidades gaúchas para mitigar os efeitos das enchentes.
Nos bastidores, o governo estava resistente em liberar a medida, já que há uma busca incessante para alavancar a arrecadação da Fazenda para cumprir as metas fiscais previstas para o ano. Entretanto, a cobrança sobre o Planalto foi forte, o que provocou uma mudança de rota da cúpula petista para atender ao pedido de socorro dos gaúchos.
As chuvas no Rio Grande do Sul provocaram 147 mortes e outras 126 pessoas continuam desaparecidas, segundo a Defesa Civil. Mais de 500 mil estão desalojados e 86 mil estão em abrigos temporários.
O rio Guaíba, que corta a capital Porto Alegre, está próximo dos 5 metros em nível de água. A expectativa é que chova no estado no decorrer da semana, o que poderá elevar o nível do Guaíba a índices recordes.