Lula rejeita ‘interferência’ dos EUA e se solidariza com Moraes

(ANSA) – BRASÍLIA, 31 LUG – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva rejeitou a “interferência” dos Estados Unidos no Brasil, em uma nota divulgada após uma reunião de emergência com ministros para analisar o aumento das tarifas anunciado mais cedo pelo governo de Donald Trump.   

“O Brasil é um país soberano e democrático, que respeita os direitos humanos e a independência entre os Poderes. Um país que defende o multilateralismo e a convivência harmoniosa entre as Nações. É inaceitável a interferência do governo norte-americano na Justiça brasileira”, destacou o mandatário petista.   

Mais cedo, o governo Trump havia confirmado as tarifas de 50% contra mercadorias brasileiras, porém com uma série de exceções, incluindo aviões e suco de laranja. Além disso, os EUA sancionaram o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) por golpe de Estado.   

Lula adotou um tom enérgico ao criticar a administração americana, mas manteve aberta a possibilidade de diálogo. “O Brasil segue disposto a negociar aspectos comerciais da relação com os Estados Unidos, mas não abrirá mão dos instrumentos de defesa do país previstos em sua legislação. Nossa economia está cada vez mais integrada aos principais mercados e parceiros internacionais”, afirmou.   

Antes da divulgação do comunicado, o petista se reuniu com diversos ministros de seu governo, como Fernando Haddad (Fazenda), Rui Costa (Casa Civil) e Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), além do presidente do STF, Luís Roberto Barroso.   

Na nota, Lula também se solidarizou com Moraes, “alvo de sanções motivadas pela ação de políticos brasileiros que traem nossa pátria e nosso povo em defesa dos próprios interesses”.   

“O governo brasileiro considera injustificável o uso de argumentos políticos para validar as medidas comerciais anunciadas pelo governo norte-americano contra as exportações brasileiras. A motivação atenta contra a soberania nacional e a própria relação histórica entre os dois países”, disse. (ANSA).