SÃO PAULO, 3 OUT (ANSA) – A cidade de Paris decidiu nesta quinta-feira (3) conceder cidadania honorária ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso desde abril de 2018 por corrupção e lavagem de dinheiro, informou o jornal francês “Le Figaro”. O Conseil de Paris, uma espécie de Câmara de Vereadores, fez o pedido para a prefeitura da capital francesa, com base na luta de Lula pelos direitos humanos, a justiça social, a proteção do meio ambiente e por seu compromisso de reduzir a “desigualdade social e econômica” no Brasil.
Esse compromisso “permitiu que quase 30 milhões de brasileiros escapassem da pobreza extrema e acessassem direitos e serviços essenciais”, afirmou a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, em comunicado, após uma votação favorável dos representantes do conselho da cidade. Na nota, a política francesa ressalta que esses são “valores guardados pela cidade de Paris e que colocaram o político em perigo pelo seu engajamento”. “Lula é conhecido por sua política proativa de combater a discriminação racial particularmente acentuada no Brasil”, acrescenta o texto, ressaltando que através da figura do ex-presidente, “todos os defensores da democracia no país são atacados”.
O petista, de 73 anos, foi presidente do Brasil entre 2003 e dezembro de 2010. Atualmente, ele cumpre pena na sede da Polícia Federal, em Curitiba. Em sua sentença inicial, em julho de 2017, ele foi condenado a nove anos e seis meses de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. No entanto, em abril deste ano, sua pena foi reduzida para oito anos e 10 meses. Conforme determina a lei penal, o ex-presidente já cumpriu um sexto da pena e deve progredis para o regime mais brando. Lula, por sua vez, nega todas as acusações. (ANSA)