O presidente Lula publicou nesta segunda-feira, 29, uma mensagem de apoio ao ex-presidente uruguaio José Mujica, que está em tratamento contra um tumor no esôfago. Em sua conta no X (antigo Twitter), o petista desejou “carinho e força” ao uruguaio.

“Ao irmão Mujica, minha admiração e solidariedade. Você é um farol na luta por um mundo melhor. Sempre estivemos juntos nos momentos bons e nos momentos difíceis. Muito carinho e força, meus e de Janja, para você e Lucía”, diz a mensagem.

 

Mujica anunciou que tem um tumor no esôfago cujo tratamento é “complexo”, mas prometeu continuar na cena política e disse estar “grato” por sua vida.

O ex-presidente, de 88 anos, relatou em coletiva de imprensa que descobriu o tumor na última sexta-feira, durante um check-up médico.

“É obviamente algo muito comprometido”, disse Mujica.

“E é duplamente complexo no meu caso porque sofro há mais de 20 anos de uma doença imunológica que afetou, entre outras coisas, os meus rins, o que cria dificuldades para técnicas de radioterapia ou cirurgia”, explicou.

Ele afirmou que os médicos estão avaliando os passos a seguir, mas disse que a situação não parece fácil.

Mujica, ex-guerrilheiro que governou o Uruguai de 2010 a 2015 e lidera o Movimento de Participação Popular (MPP), garantiu que “enquanto puder” continuará sendo politicamente ativo, “fiel” ao seu pensamento.

Em sua breve declaração na sede do MPP em Montevidéu, Mujica dedicou palavras aos jovens: “Quero dizer a vocês que a vida é bela e passa, vai embora, e o cerne da questão, ter sucesso na vida, é recomeçar toda vez que alguém cai”.

“Se há raiva, que a transformem em esperança e lutem pelo amor, não se deixem enganar pelo ódio. Se as drogas os pegarem, não fiquem sozinhos, ninguém se salva sozinho”.

“A única liberdade que existe está na cabeça e chama-se vontade, e se não a usarmos não somos livres”, sublinhou. “A vida é tão bonita que não faz sentido sacrificá-la pela estupidez”.

“Quanto ao resto, estou grato e, no final das contas, que me tirem a dança”, concluiu entre aplausos e gritos de “Vamos Pepe!”.

Mujica ingressou na guerrilha do Movimento de Libertação Nacional-Tupamaros em meados da década de 1960. Foi preso em 1972 e permaneceu atrás das grades durante toda a ditadura civil-militar que começou no Uruguai em 1973 e durou até 1985. Vinte e cinco anos depois, tornou-se presidente do seu país.

* Com informações do Estadão Conteúdo