05/08/2024 - 16:12
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva instou, nesta segunda-feira (5), ao diálogo na Venezuela, após a questionada reeleição do presidente Nicolás Maduro, que a oposição e vários governos dizem ser fraudulenta.
“O compromisso com a paz é o que nos leva a conclamar as partes aos diálogos e promover o entendimento entre governo e oposição”, disse Lula durante uma visita de Estado ao Chile, após se reunir com o presidente Gabriel Boric no palácio de governo, em Santiago.
O mandatário brasileiro comentou a crise pós-eleições na Venezuela ao término de uma reunião com Boric no palácio presidencial em Santiago.
Lula destacou os esforços do Brasil, México e Colômbia em prol da democracia venezuelana: “O respeito pela soberania popular é o que nos move para defender a transparência e os resultados”, afirmou.
Ele mencionou o comunicado conjunto de 1º de agosto no qual esses três países instaram o regime venezuelano a avançar de forma rápida na divulgação das atas eleitorais.
Boric, um dos líderes de esquerda que mais questionou a transparência das eleições na Venezuela, apoiou o pronunciamento, mas se recusou a comentar a questionada reeleição de Maduro e disse que o fará na terça-feira.
O presidente chileno foi um dos primeiros chefes de Estado a questionar os resultados, considerando que eram “difíceis de acreditar” e exigindo transparência.
Lula e Boric assumiram posições divergentes em relação às eleições de 28 de julho na Venezuela.
O presidente brasileiro levou dois dias para se pronunciar sobre o pleito.
Embora tenha dito se tratar de “um processo normal, tranquilo”, Lula fez um apelo pela publicação das atas eleitorais, conforme exigido por vários governos que respaldaram as suspeitas de fraude denunciadas pela oposição.
O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela proclamou Maduro como presidente reeleito com 52% dos votos, contra 43% do candidato opositor Edmundo González Urrutia, representante de María Corina Machado, que foi inabilitada.
A oposição denuncia fraude e afirma ter provas para comprovar a vitória de González.
O CNE não publicou detalhes do resultado das eleições de 28 de julho: seu site está fora do ar desde então, como parte do que foi descrito como um “ataque em massa” ao sistema, justificativa rejeitada por especialistas.
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