O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apontou a preocupação com as críticas feitas por ministros a adversários políticos de partidos aliados ao governo que disputam por prefeituras nas eleições deste ano. Na avaliação do petista, é preciso ter cuidado para não prejudicar o governo. 

Lula se reuniu com ministros nesta quinta-feira, 8, para fazer um balanço de um ano e meio de gestão. Durante a reunião, o petista pediu atenção aos ministros, já que a fala pode atingir as articulações do Planalto no âmbito nacional.

“Ele orientou os ministros que cada um tem liberdade para escolher os candidatos, mas os ministros que fossem participar das campanhas, ele aconselhou que não fizessem críticas ou ofensas a candidatos adversários”, afirmou Rui Costa, ministro da Casa Civil, aos jornalistas. 

“Independente de quem seja, se é ou não da base. Cada ministro, mesmo que lá não esteja falando pelo cargo, simboliza o governo”, concluiu. 

Um dos casos mais recentes aconteceu em São Paulo, quando o ministro do Empreendedorismo, Márcio França, fez críticas ao prefeito Ricardo Nunes (MDB), que encara sua aliada, Tabata Amaral (PSB), na disputa pelo Edifício Matarazzo. 

Durante a convenção do partido, França afirmou que Nunes tem “medo” de ser prefeito e que se escondia atrás dos aliados, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). O MDB é um partido próximo ao governo e que conta com três ministérios do Planalto, sendo uma delas a de Planejamento e Orçamento, com Simone Tebet no comando. 

Antes, Lula já tinha pedido atenção dos ministros com as viagens feitas durante a campanha. Aos finais de semana de folga, os palacianos deverão usar voos comerciais, sem ônus aos cofres públicos, para realizar campanha para aliados.