Lula oficializa troca de comando no Ministério das Mulheres

Lula oficializa troca de comando no Ministério das Mulheres

"PresidentePresidente anunciou demissão de Cida Gonçalves e nomeação de Márcia Lopes, ambas do PT, em 12ª mudança no primeiro escalão do governo no terceiro mandato.O governo confirmou nesta segunda-feira (05/05) a demissão da ministra das Mulheres, Cida Gonçalves. Em seu lugar, foi nomeada a também petista Márcia Lopes, ex-ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome durante o segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A troca já era esperada, na esteira da reforma ministerial de Lula e de denúncias de assédio moral contra a ex-ministra e outras funcionárias. Três dias antes, Cida esteve com o presidente no Palácio do Planalto, onde conversaram por 20 minutos.

"Não é uma troca por incompetência, por assédio, por rixa, não é isso. É uma troca de rumo, de momentos. Tem horas em que você está no limite do esgotamento daquilo que pode avançar, ampliar, e gente nova chega com um novo olhar, com uma outra perspectiva", disse Cida a jornalistas na sede do Ministério das Mulheres após o anúncio da troca, ao lado da nova ministra, Márcia Lopes.

"O Ministério das Mulheres vai ter um extenso trabalho. É uma grande alegria, sei da minha tarefa e do grande desafio, mas não vou fazer isso sozinha. Vou fazer isso com uma equipe que é dedicada", disse Lopes, após tomar posse.

Márcia é assistente social e professora e foi uma das coordenadoras do grupo técnico de assistência social no governo de transição para o terceiro mandato de Lula. Ela é irmã de Gilberto Carvalho, ex-secretário-geral da Presidência no governo de Dilma Rousseff e atual secretário nacional de Economia Popular e Solidária do Ministério do Trabalho.

Denúncias de assédio moral

O Ministério das Mulheres foi recriado por Lula, depois que seu antecessor, Jair Bolsonaro, acabou com a pasta e concentrou as ações da área no Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos.

Durante sua gestão, Cida teve apoio da primeira-dama, Janja Lula da Silva, que atuou para dar mais visibilidade ao trabalho do ministério.

Segundo reportagens do Estado de S.Paulo, Cida foi alvo de denúncias por ex-servidoras da pasta por suposta prática de assédio moral e xenofobia.

Foram apresentadas cinco denúncias formais à Controladoria Geral da União (CGU) e à Comissão de Ética da Presidência – nessa última instância, as denúncias foram arquivadas, em fevereiro.

Além da ministra, houve acusações contra a secretária-executiva do ministério, Maria Helena Guarezi, a corregedora interna, Dyleny Teixeira Alves da Silva, e a ex-diretora de Articulação Institucional Carla Ramos.

Os relatos envolvem ameaças de demissão a servidoras, pressão, tratamento hostil, gritos e manifestações de preconceito, segundo relatou o Estadão.

Questionada sobre o tema, Cida minimizou o peso das denúncias de assédio moral na troca do comando da pasta. "Não contou [na demissão] a questão do assédio, acho que é importante dizer isso, não contou a discussão do assédio. Aliás, eu gostaria de dizer aqui que foi arquivado o processo na Comissão de Ética [da Presidência], apesar de isso estar sendo dito permanentemente. Isso foi arquivado, não existe, nós não temos denúncia no Ministério das Mulheres."

Troca-troca

Até agora, foram 12 mudanças de ministros no governo Lula – duas em menos de uma semana. Na última sexta, o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, deixou o cargo em meio ao escândalo das fraudes em aposentadorias e pensões do INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social), dando lugar para Wolney Queiroz. Apesar de não haver, até o momento, provas da participação de Lupi no esquema, há evidências de que o político não tomou providências para conter o problema.

Parte das mudanças feitas pelo presidente em sua equipe ministerial teve como objetivo atrair mais partidos para sua base e preparar o terreno para as eleições de 2026. A maioria das substituições, no entanto, foram rearranjos internos dentro do mesmo partido.

Em janeiro, o deputado Paulo Pimenta (PT) deixou o comando da Secretaria de Comunicação Social, sendo substituído por Sidônio Palmeira, marqueteiro próximo ao partido e responsável pela campanha de Lula em 2022. Em março, Alexandre Padilha saiu das Relações Institucionais para dar lugar a Gleisi Hoffmann. Padilha, por sua vez, assumiu o Ministério da Saúde, substituindo Nísia Trindade.

No início de abril, o deputado Juscelino Filho (União) foi substituído no Ministério das Comunicações por Frederico Siqueira, indicado pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre, também do União Brasil.

sf (Agência Brasil, OTS)