Lula: ‘O mundo está mais confuso politicamente com ressurgimento da extrema direita’

O presidente Lula criticou Trump e confessou que a 'melhora econômica' ainda não chegou ao povo brasileiro

Lula em entrevista ao podcast Mano a Mano
Lula em entrevista ao podcast Mano a Mano Foto: Reprodução/Spotify

Em entrevista ao podcast “Mano a Mano” do rapper e compositor Mano Brown, o presidente Lula afirmou que o mundo está “mais confuso politicamente com o ressurgimento da extrema direita”. O programa foi ao ar nesta quinta-feira, 18.

“É um mundo novo não apenas no Brasil, mas no mundo inteiro. Tem uma turbulência. Você veja o que é o comportamento do presidente dos Estados Unidos. Ele passa o tempo inteiro pregando discórdia.”

O petista relembrou o regime militar, a “luta” para reconstruir a democracia no país e os governos de direita pelo mundo.

“Nós chegamos há quatro anos atrás a ter um presidente que negava a democracia como está negando agora na Hungria, como está negando nos Estados Unidos e como está negando na Argentina.”

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Lula compara o ‘Brasil de Bolsonaro’ com Gaza

Lula comparou a destruição em Gaza com o Brasil que ele encontrou após o governo Bolsonaro.

“Nós, quando chegamos aqui [ao poder] pegamos um país semidestruído. Eu de vez em quando olho para a destruição na Faixa de Gaza e eu fico imaginando o Brasil que nós encontramos. Não tinha mais ministério do Trabalho, da Igualdade Racial, não tinha mais ministério do Direitos Humanos, ministério da Cultura. Tinha sido uma destruição proposital.”

Economia

Lula também comparou o momento econômico de 2010, quando ele afirmou que o Brasil vivia uma “euforia”, e que as coisas agora não chegaram no ponto que o “governo quer”.

“O custo de vida baixou muito em 2023 e depois aumentou em 2024. O [preço do] café cresceu demais. O ovo estava 140 a caixa de 30 dúzias, foi para 240 [reais]… O Brasil produz 59 bilhões de ovos. Não tem sentido… O povo começou a consumir mais ovo porque a carne está mais cara… Eu trabalho para que você sinta a mesma sensação que eu quero sentir, de que as coisas estão melhorando e está chegando na sua casa. Se não chegou ainda, vai chegar.”

O presidente enalteceu que em dois anos houve crescimento econômico, geração de emprego e renda salarial. Entretanto, pondera que a população ainda não enxerga isso na prática.

“Mas eu acho que as pessoas têm o reflexo que as coisas não estão bem ainda.”