Bom, se ‘ladrão que rouba ladrão, tem 100 anos de perdão’, quantos anos terá Lula por criticar Jair ‘1000%’ Bolsonaro, o verdugo do Planalto? Sim, porque o meliante de São Bernardo, apontado pelo MPF como chefe de quadrilha, quebrou o silêncio e se manifestou sobre as suspeitas de corrupção no governo do devoto da cloroquina.

Em entrevista ao jornal O Liberal, de Belém, o ex-tudo (ex-presidiário, ex-corrupto e ex-lavador de dinheiro) declarou que ‘se for verdade as denúncias de corrupção, se for verdade o gabinete paralelo, se for verdade o que estão falando sobre esse governo, então acho que a CPI pode pedir ao STF a interdição do Bolsonaro, ou, com base no relatório, mais um pedido de impeachment’.

Que fofo, né? Que bonitinho. O pai do mensalão, o líder do petrolão, o inseparável ‘irmão-comparsa’ de crimes de José Dirceu, Antonio Palocci e extensa companhia, agora dá lição de moral e pede punição – a mesma que não teve – para o patriarca do Clã das Rachadinhas, quem diria? O pai do Ronaldinho dos Negócios acredita ser moralmente superior ao pai do senador da mansão de seis milhões de reais.

Um embate como este escancara o tamanho da nossa encrenca; a profundeza da nossa fossa abissal. São estes dois trastes os favoritos em 2022. Se não surgir o nome da salvação, um deles terá mais quatro (ou oito) anos para roubar e deixar roubar; entupir o governo com sindicalistas e com mais militares inúteis; produzir mais milhares, quiçá milhões, de novos cadáveres por doenças, fome e miséria.

Lula é uma espécie de câncer. Bolsonaro, sua metástase. E o povo brasileiro é o doente terminal que insiste em não se tratar nem em não morrer. O remédio seria o voto, mas, como as vacinas contra a Covid, ou é ausente ou está estragado. E o pouco que resta é insuficiente para imunizar o País contra os vírus do lulopetismo e do bolsonarismo, já que juntos formam um rebanho impossível de vacinar. E de curar.