A aguardada entrevista do ex-tudo (ex-presidente, ex-presidiário, ex-corrupto e ex-lavador de dinheiro), Lula da Silva, ao programa “O É da Coisa”, com Reinaldo Azevedo, só não foi mais enfadonha que a derrota do Galo, por 2×1, contra a Caldense, pelo Campeonato Mineiro.

Surpreendentemente, o jornalista se dispôs a um papel que não lhe cai bem: o de escadinha para político. Reinaldo, na minha opinião, há muitos anos é o melhor analista político do país, e com sobras. Estive pessoalmente com ele por duas vezes, já há alguns bons anos, e jamais me esqueci desses encontros. É um primor de cultura geral, raciocínio lógico e boa educação.

Não sei dizer o motivo de tamanha paciência do RA com as falas enormes e repetidas, como se saídas de 2002, do meliante de São Bernardo. Se eu tivesse que apostar, diria que, diante de um senhor visivelmente, digamos, fora do seu tempo – no sentido pejorativo -, Azevedo se submeteu a uma dose cavalar de gentileza e respeito humano.

Diante das respostas vazias e do blablablá mofado, Reinaldo poderia ter feito picadinho de Lula, mas não só não fez, como foi extremamente gentil – e não apenas no comportamento, pois isso ele sempre é – em permitir o comício eleitoral antecipado do velho, e envelhecido, petista, sem lhe apertar as centenas de calos que possui.

Sinceramente, acho que ninguém pode cravar que Lula seja mesmo candidato à Presidência da República em 2022. Vice, no mínimo, com certeza. O diabo é que o ex-condenado padece da crença na própria divindade, e a quadrilha, digo bando, ops!, partido, jamais imporia ao seu dono a constatação fática de uma realidade: seu tempo passou!

Da ótica que se analise, não há notícia boa. Lula é um forte candidato, seja como cabeça de chapa ou vice de um poste qualquer. Se não vingar, abre o flanco para uma “peste” ainda pior, que é Ciro Gomes. A alternativa a ambos é o verdugo do Planalto, Jair Bolsonaro, o pior presidente de todos os tempos. E, até o momento, o tal do centro democrático não foi capaz de apresentar um nome e de se unir em torno dele. Falta um ano e meio para as eleições.