Sim, eu sei. No fundo do poço Brasil haverá sempre um alçapão a nos levar mais longe – e além! -, para perto do quinto dos infernos, onde o Coisa-Ruim nos aguarda sorridente, com seu caldeirão fervendo. Mas, convenhamos, o presidente Lula terá de se esforçar muito, mas muito mesmo, para superar (em mediocridade) as últimas quatro participações brasileiras na Assembleia Geral da ONU.

Jair Bolsonaro, o ex-verdugo do Planalto, nos rebaixou a um patamar tão profundo com seus discursos ideológicos aloprados, ora pregando contra as vacinas, ora ameaçando golpe de Estado, que mesmo que o chefão petista pratique a costumeira bajulação pública a ditadores e ditaduras, o papel institucional da diplomacia brasuca não sairá tão chamuscado quanto dantes.

Nesta terça-feira (19), Lula dirá ao mundo que “voltamos”, e passará a prometer tudo aquilo que jamais irá entregar, e a contar sobre um País de mentira onde todos “vivem felizes para sempre”; só que não. E ainda que a Organização das Nações Unidas não viva sua melhor fase, será ouvido por centenas de autoridades internacionais, que irão cobrar, no futuro, tais promessas – mesmo que não acreditem em nenhuma.

O Brasil – faz tempo! – perdeu completamente a autoridade e a credibilidade que um dia já teve, justamente por não entregar nada do que promete, seja nas pautas sociais ou ambientais, e nos quesitos economia, educação, direitos humanos etc. Somos um fracasso como nação que se pretende desenvolvida, mas um sucesso como Pinóquio, ou Forrest Gump, o contador de histórias.

Agora vá, Lula! Minta ao mundo com a maior desfaçatez. E lembre-se: estará na ONU, onde você jura de pés juntos que foi absolvido, hehe. Na boa, fosse eu um diplomata e iria tomar um capuccino, a bordo daqueles barquinhos que navegam pelo East River, em frente à sede das Nações Unidas, enquanto esses engravatados mentirosos zombam de nossas caras, fingindo estar preocupados com o mundo.