O ministro Gilmar Mendes, é claro, arquivou, alegando falta de provas, a investigação, que já durava “apenas” cinco anos, sobre o deputado Aécio Neves – aquele que mataria o primo se precisasse – relacionada à corrupção em Furnas.

Aécio, agora, praticamente se vê livre de qualquer chance de condenação, já que suas outras tretas são ainda menos, digamos, contundentes e, provavelmente, após deixarem as gavetas do STF, seguirão para o corredor do arquivo supremo.

Lula, o ex-tudo (ex-sindicalista, ex-deputado, ex-presidente, ex-condenado, ex-presidiário, ex-corrupto, ex-lavador de dinheiro), tampouco verá um carimbo condenatório outra vez na vida. Quero dizer, nesta vida. Para quem acredita em outra…

Pelo andar da carruagem, Sergio Moro será considerado suspeito e poderá, inclusive, ter seu nome inscrito no rol dos criminosos do País. Além do risco de ter de ressarcir o Estado de todos os custos relativos aos processos do meliante de São Bernardo.

Graças ao verdugo do Planalto, Jair Bolsonaro, tão cedo o Brasil não se livrará do maldito novo coronavírus. Mas, queira ou não o devoto da cloroquina, um dia o vírus passará, e a Covid-19 se tornará uma triste página virada da nossa igualmente triste história.

O que, seguramente, jamais será extinto no País, é o tal “sistema”. Esse ente metafísico que comanda a nossa tragédia desde que Pedro Álvares Cabral por aqui aportou. Continuaremos soltando os bandidos e prendendo os mocinhos para sempre.

O Brasil, ao contrário do que se diz por aí, não é uma caixinha de surpresas. Poucos países são tão modorrentos e imprevisíveis quanto o nosso. Basta não sonharmos para não sermos surpreendidos. Vacina contra vírus é fácil. Difícil é Justiça contra engravatado.