O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lamentou a morte do Papa Francisco, morto nesta segunda-feira, 21, e ressaltou seu legado de humildade durante o pontificado. A declaração foi dada em nota oficial em que declarou luto de sete dias no país.
Francisco morreu na madrugada desta segunda após se tratar de uma pneumonia. Ele chegou a ficar 38 dias internado e se recuperava em casa.
“Com sua simplicidade, coragem e empatia, Francisco trouxe ao Vaticano o tema das mudanças climáticas. Criticou vigorosamente os modelos econômicos que levaram a humanidade a produzir tantas injustiças”, afirmou Lula.
“Mostrou que esse mesmo modelo é que gera desigualdade entre países e pessoas. E sempre se colocou ao lado daqueles que mais precisam: os pobres, os refugiados, os jovens, os idosos e as vítimas das guerras e de todas as formas de preconceito”, continuou o petista.
A humanidade perde hoje uma voz de respeito e acolhimento ao próximo. O Papa Francisco viveu e propagou em seu dia a dia o amor, a tolerância e a solidariedade que são a base dos ensinamentos cristãos.
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— Lula (@LulaOficial) April 21, 2025
Lula reforçou o trabalho de Francisco ao tentar levar união em debates importantes, como guerras, sexualidade e temas climáticos.
“Assim como ensinado na oração de São Francisco de Assis, o argentino Jorge Bergoglio buscou de forma incansável levar o amor onde existia o ódio. A união, onde havia a discórdia. E a compreensão de que somos todos iguais, vivendo em uma mesma casa, o nosso planeta, que precisa urgentemente dos nossos cuidados”, reforçou.
Francisco chegou a fazer duas aparições públicas na Praça de São Pedro após receber alta do hospital. Uma delas aconteceu no domingo, 20, durante as celebrações da missa de Páscoa.
O funeral do Papa ocorrerá na Basílica de São Pedro, com o corpo exposto para os fiéis. A tendência é que seja um rápido velório e o enterro na Basílica de Santa Maria Maggiore.
Outras autoridades
Nas redes sociais, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se limitou a dizer que os católicos perderam uma das figuras mais simbólicas da fé cristã: “O mundo e os católicos se despedem daquele que ocupava uma das figuras mais simbólicas da fé cristã: o papa”, declarou.
Já o ministro da Casa Civil, Rui Costa, também comentou a morte de Francisco e lembrou do encontro que teve com o pontífice: “Hoje, todo o mundo chora a morte do papa Francisco. Tive a alegria de conhecer este homem simples e de gestos grandiosos que liderou a Igreja Católica com humildade, resiliência e amor. Que seja eterna sua memória e contribuição para um mundo mais justo e fraterno”, afirmou Costa.
Os presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), lembraram do legado de Francisco à frente da Igreja Católica e o espírito de perdão e caridade.
“Poucos líderes foram tão marcantes para mim como o Jorge Mário Bergoglio. Papa Francisco foi o primeiro jesuíta e o primeiro latino a ocupar o posto mais alto da Igreja. Porém, para mim, o que mais marcou sua passagem foram as transformações que ele promoveu. Francisco foi o símbolo do diálogo, do acolhimento, da compreensão e, principalmente, da inclusão”, disse Motta na rede social X.
“É com profunda tristeza que recebo a notícia do falecimento de Sua Santidade, o papa Francisco. Neste momento de luto e tristeza, o Congresso Nacional do Brasil une-se em solidariedade à comunidade católica em todo o mundo, à Santa Sé e a todos aqueles que tiveram suas vidas tocadas pelo papado de Francisco”, escreveu Alcolumbre na manhã desta segunda-feira em nota à imprensa. “Como presidente do Senado e do Congresso Nacional e, como judeu, expresso a minha mais profunda admiração e respeito pela vida e obra do Papa”, declarou Alcolumbre, em nota.
Veja a nota completa de Lula após a morte do Papa Francisco
“A humanidade perde hoje uma voz de respeito e acolhimento ao próximo. O Papa Francisco viveu e propagou em seu dia a dia o amor, a tolerância e a solidariedade que são a base dos ensinamentos cristãos.
Assim como ensinado na oração de São Francisco de Assis, o argentino Jorge Bergoglio buscou de forma incansável levar o amor onde existia o ódio. A união, onde havia a discórdia. E a compreensão de que somos todos iguais, vivendo em uma mesma casa, o nosso planeta, que precisa urgentemente dos nossos cuidados.
Com sua simplicidade, coragem e empatia, Francisco trouxe ao Vaticano o tema das mudanças climáticas. Criticou vigorosamente os modelos econômicos que levaram a humanidade a produzir tantas injustiças. Mostrou que esse mesmo modelo é que gera desigualdade entre países e pessoas. E sempre se colocou ao lado daqueles que mais precisam: os pobres, os refugiados, os jovens, os idosos e as vítimas das guerras e de todas as formas de preconceito.
Nas vezes em que eu e Janja fomos abençoados com a oportunidade de encontrar o Papa Francisco e sermos recebidos por ele com muito carinho, pudemos compartilhar nossos ideais de paz, igualdade e justiça. Ideais de que o mundo sempre precisou. E sempre precisará.
Que Deus conforte os que hoje, em todos os lugares do mundo, sofrem a dor dessa enorme perda. Em sua memória e em homenagem à sua obra, decreto luto de sete dias no Brasil
O Santo Padre se vai, mas suas mensagens seguirão gravadas em nossos corações.”