 "Emanuelle Sena/ Ascom AGU")
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicou nesta quinta-feira, 20, o Advogado-Geral da União, Jorge Messias, para a vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). A vaga havia sido aberta com a aposentadoria de Luís Roberto Barroso, anunciada em 9 de outubro de 2025.
Messias era o favorito de Lula desde o começo, mas estava longe de ser o preferido do Senado, onde deve passar por sabatina antes de ter seu nome confirmado no cargo. Senadores tinham preferência por Rodrigo Pacheco, ex-presidente da Casa, mas o petista tinha planos para ele na disputa pelo governo de Minas Gerais em 2026. Pacheco e Lula jantaram na segunda-feira, 17, onde afinaram o discurso. Embora tenha dito que tomará uma decisão apenas em dezembro, o senador pende para deixar a vida pública.
Duas fontes do Palácio do Planalto e da AGU confirmaram que o nome deve ser oficializado pelo Planalto hoje. Messias e Lula se reuniram no Palácio do Alvorada antes da viagem do petista para São Paulo (SP), onde participará do Salão do Automóvel. A escolha, que já era amplamente especulada nos bastidores, representa a terceira nomeação de Lula para a mais alta Corte do País na atual gestão. Ao todo, cinco dos 11 ministros que integram o STF foram indicados pelo petista em algum dos seus três mandatos – Cármen Lúcia (2006), Dias Toffoli (2009), Cristiano Zanin (2023), Flávio Dino (2023) e Jorge Messias (2025).
A nomeação de Messias, magistrado de confiança do presidente, agora seguirá para o Senado Federal, onde ele passará por sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e, posteriormente, ter o nome submetido à votação no plenário.
Por meio de uma publicação no X, Messias agradeceu o apoio do presidente Lula e ressaltou que, após ter seu nome aprovado no Senado, “comprometo-me a retribuir essa confiança com dedicação, integridade e zelo institucional”.
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Quem é Jorge Messias
Aos 45 anos, Jorge Rodrigo Araújo Messias é advogado e procurador da Fazenda Nacional de carreira. Natural de Recife (PE), é graduado em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e possui mestrado e doutorado pela Universidade de Brasília (UnB). Sua trajetória é marcada por forte atuação em postos estratégicos nos governos do PT.
Antes de assumir o comando da Advocacia-Geral da União (AGU) no início do terceiro mandato de Lula, Messias foi subchefe para Assuntos Jurídicos da Casa Civil durante o governo de Dilma Rousseff. Sua proximidade com o núcleo do poder e sua lealdade ao projeto político de Lula são vistas como fatores determinantes para a escolha.
Fiel da Igreja Batista Cristã, Messias é uma das raras conexões entre o petista e a comunidade evangélica. Ao longo do mandato, se manteve como uma espécie de “ponte solitária” do governo com as lideranças e representou Lula nas três edições da Marcha Para Jesus realizadas em São Paulo.