O presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicou, nesta quinta-feira (20), Jorge Messias, advogado-geral da União e seu homem de confiança, ao Supremo Tribunal Federal (STF), para a ocupar a vaga deixada recentemente por Luís Roberto Barroso.
Messias, de 45 anos, precisa agora da aprovação do Senado, onde sua confissão religiosa evangélica pode lhe render o apoio de alguns setores da oposição.
Se a aprovação for confirmada, Lula terá na corte alguém considerado próximo, que protagonizou a estratégia jurídica do governo em temas sensíveis como a regulação das redes sociais.
O Supremo Tribunal Federal é um dos focos das tensões entre Brasil e Estados Unidos desde que a corte começou a julgar uma tentativa de golpe de Estado liderada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, aliado de Donald Trump.
Condenado em setembro a 27 anos de prisão, o ex-presidente aguarda em prisão domiciliar que sua sentença se torne efetiva.
Trump denunciou uma “caça às bruxas” contra Bolsonaro e, por isso, seu governo puniu o Brasil com tarifas e sanções que incluíram autoridades e ministros do Supremo. O próprio Messias teve seu visto cancelado em setembro.
Sua indicação ao STF acontece em um momento de distensão entre os governos Lula e Trump, depois que ambos se reuniram em outubro na Malásia e prometeram abrir um diálogo sobre comércio.
O STF também tem sido ativo na regulação das redes sociais, outro tema questionado pela Casa Branca. Em 2024, a corte chegou a bloquear a plataforma X por semanas por não acatar decisões judiciais.
A nomeação de Messias pode ser vista como um aceno de Lula a setores evangélicos, que têm forte peso no Congresso.
O presidente Lula, que concorrerá à reeleição em 2026, tem apelado à esquerda para estender pontes com as comunidades cristãs conservadoras.
Os evangélicos representam mais de um quarto da população brasileira, segundo dados oficiais.
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