Os ventos discretos que passam pelos corredores do Palácio do Planalto e seu Anexo sopram um projeto eleitoral que não é segredo para os inquilinos atrás das portas. Geraldo Alckmin (PSB) está com saudade do Palácio dos Bandeirantes, e a vitrine nacional inédita da chapa com o ex-adversário Lula da Silva pode ser uma poderosa catapulta para sua candidatura a governador de São Paulo. Na agenda, o vice-presidente tem recebido muitos prefeitos e vereadores paulistas – como também de outros Estados. Já ciente, e muito discreto, o presidente Lula da Silva ensaia cantadas a Josué Gomes, presidente da Fiesp e filho do saudoso José Alencar, ex-vice presidente do Barba. Oficialmente, a assessoria da Fiesp nega, porém testemunhas de encontro recente entre os dois avisam que Lula voltou a elogiá-lo e o sondou, meio à brinca, meio a sério, para ser seu vice à reeleição. Josué, mineiro que é, gostou, mas não se posiciona. Quem ouviu o papo garante que a condicionante está nos números da economia.

Presidente tem provocado Josué Gomes, da FIESP, para sua chapa, diante de eventual nova candidatura de Alckmin ao Governo de São Paulo

A assessoria do vice Geraldo Alckmin informou nesta sexta (19) que ele não será candidato em SP. Este colunista registra a informação a pedido, e reforça o que ouviu de aliados dele. Hoje ele não é candidato. A conferir os próximos dois anos.

O morde-e-assopra até fevereiro

Não faltam planos para seu futuro. A cada dia, aliados de Arthur Lira, presidente da Câmara, espalham novos projetos pós-presidência. O mais novo é ser ministro das Cidades, caso se veja vencido pelo Palácio com um candidato mais forte que o seu indicado. Ele tem esperanças. Vai forçar a candidatura de Antônio Brito (PSD-BA) até vencer ou negociar algo a tempo. A briga com ministros palacianos é de menos. Lira sabe que o presidente Lula da Silva é mais flexível a negociações, embora a situação hoje esteja bem embaraçada. Lira não se cansa de lembrar aos emissários do Palácio dos inúmeros pedidos de impeachment engavetados por ele.

Data Venia, talkey?

Jair Bolsonaro - Crédito: Pablo PORCIUNCULA / AFP
AFP

Vai muito bem a relação do ex-presidente Jair Bolsonaro com a família Mendes – do ministro do STF – pelo menos na pequena Diamantino (MT). Irmão do ministro Gilmar, Francisco Mendes (União Brasil) ganhou a visita e o apoio informal de Bolsonaro, semana passada, à sua nova candidatura à Prefeitura. Francisco já foi prefeito em dois mandatos.

Crise na GOL pode tirar 90 voos diários

Avião da GOL Linhas Aéreas se prepara para pousar no aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro

Num momento em que o Governo lança o Voa Brasil, com passagens a R$ 200, a recuperação judicial da Gol Linhas Aéreas pode ser entrave ao programa. A Gol se encontra em processo de recuperação judicial nos EUA e deverá devolver 16 aeronaves Boeing 737. Esses aviões podem operar em média 90 voos por dia – oferta diária de 19 mil assentos. Se forem comprados por aéreas estrangeiras, o Brasil terá redução de 5% na sua oferta diária de voos, o que prejudica o crescimento da malha aérea. A GOL informa que está satisfeita com as negociações e acordos de arrendamento de aeronaves alcançados até o momento.

Até Caso Chiquinho entra na briga

O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, fala com a imprensa após reunião no Palácio da Alvorada (Crédito:Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

Os ministros palacianos Rui Costa e Alexandre Padilha articularam para derrotar o presidente da Câmara, Arthur Lira, e seu grupo político para que Chiquinho Brazão (sem partido) continue preso. Daí a revolta pública de Lira há dias com Padilha. O objetivo dos palacianos é também enfraquecer a candidatura de Elmar Nascimento (União-BA) à sua sucessão, mostrando que Lira não tem tanto prestígio e comando na Casa como antes. “Ele não tem mais expectativa de Poder, será no máximo presidente da CCJ ou líder do PP”, diz um aliado do alagoano que mudou o voto para Antônio Brito (PSD-BA).

Saúde segue na UTI do Congresso

As críticas sobre a relação ruim de sua pasta com o Congresso Nacional fizeram Nísia Trindade balançar ainda mais na cadeira. Sua vaga pode cair nas mãos do MDB ou PP do Rio de Janeiro. Há uma velada disputa de nomes dos dois partidos. Até o ex-ministro José Temporão entrou na lista.

O cangaço eleitoral

Após assalto a banco e a carros-fortes em São Paulo, deputados cobram celeridade na votação da Lei do Novo Cangaço (PL 5365/20). A proposta, hoje parada no Senado, torna hediondo o crime de domínio de cidades. Esse crime aumenta em período pré-eleitoral, e há quem aponte ligação com financiamento de candidatos de facção criminosa.

Cerco ao Brazão

A aposta entre autoridades é que dura até o fim do ano o mandato de Domingos Brazão como conselheiro do TCE do Rio. Além do precedente judicial – foi preso na Operação Quinto do Ouro –, apesar de retomar o cargo, o NOVO pediu sua cabeça ao Ministério Público, como acusado de ser um dos mandantes da morte de Marielle Franco.

NOS BASTIDORES

Falácia e descontão

Durante postagens polêmicas no X, nos ataques ao ministro Alexandre de Moraes, Elon Musk foi esperto: mandou a Starlink dar descontão de 50% na sua antena no Brasil.

Ocaso de Tebet

O desânimo da ministra Simone Tebet responde por dois nomes: no Planejamento hoje apagado na Esplanada, ela fica à mercê da ministra da Gestão, Esther Duek, e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

A ficadinha deles..

No País de injustiças e onde o presidente já criticou PM que prende ladrão de celular: Mais de 15 mil detentos não retornaram à cadeia após a “saidinha” em 2023. Mas para Lula da Silva e o ministro Lewandowski a saidinha deve continuar.

Agressão brutal

A influenciadora Katiely Marquis, de Macapá, denunciou o ex-namorado Lucas Aguiar Scapin por agressão. Em vídeo, ela aparece com rosto muito machucado. Ele pagou fiança de R$ 5 mil e foi liberado.