ROMA, 26 OUT (ANSA) – O tão aguardado encontro entre os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, ocorreu neste domingo (26), na Malásia, e foi avaliado positivamente.
A reunião, que durou pouco menos de uma hora, foi a primeira desde a breve conversa que os dois mandatários tiveram durante a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em setembro. Além disso, o diálogo aconteceu após a imposição de um tarifaço de 50% sobre as exportações de produtos brasileiros e das sanções aplicadas contra magistrados do Supremo Tribunal Federal (STF), em virtude do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O ato inicial da cúpula foi um breve encontro com jornalistas, no qual o republicano afirmou acreditar na possibilidade de fechar “alguns bons acordos”, incluindo as tarifas impostas ao gigante sul-americano.
“Nós vamos discutir [o tarifaço] um pouco. Sabemos o que cada um quer. Devemos fazer bons acordos e acredito que chegaremos a uma conclusão com o Brasil bem rapidamente”, declarou Trump.
O presidente americano foi questionado sobre Bolsonaro, mas limitou-se a dizer que “se sente mal” pelo que o ex-presidente está passando, sem especificar se o tema estaria na pauta da reunião a portas fechadas.
Trump também negou qualquer possibilidade de discutir com Lula os recentes acontecimentos na Venezuela, embora Brasília tenha manifestado sua disposição para agir como mediadora. Os Estados Unidos vêm realizando ofensivas contra instalações possivelmente ligadas ao tráfico de drogas e pressionando o regime de Nicolás Maduro.
O petista, por sua vez, afirmou que não existem motivos para desavenças entre Washington e Brasília e classificou o diálogo como “ótimo”.
“Discutimos de forma franca e construtiva a agenda comercial e econômica bilateral. Acertamos que nossas equipes se reunirão imediatamente para avançar na busca de soluções para as tarifas e as sanções contra as autoridades”, declarou o líder brasileiro.
Mauro Vieira seguiu os mesmos passos de Lula ao avaliar positivamente o encontro, mas foi além ao dizer que ambos os presidentes manifestaram o desejo de realizar visitas oficiais.
O chanceler acrescentou que as negociações entre as delegações dos dois países deverão começar ainda hoje.
“Trump deseja ir ao Brasil, e Lula também confirmou que irá com prazer aos Estados Unidos no futuro”, disse Vieira, acrescentando que o presidente brasileiro solicitou a suspensão das tarifas e a aplicação da Lei Magnitsky contra autoridades da nação sul-americana.
Por fim, o chanceler demonstrou confiança de que a negociação bilateral será concluída em “algumas semanas” e ressaltou que a cúpula “foi muito positiva”. (ANSA).