Nos últimos dias tive a oportunidade de conversar com experientes observadores do cenário político de diversas tendências. Nenhum deles consegue explicar com razoável segurança o crescimento das intenções de voto na ilegal candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República. É possível admitir que, mesmo depois de tantas mazelas, o presidiário condenado por corrupção tenha algo em torno dos 18% ou 20% das intenções de voto. É número condizente com um eleitorado cativo, ideológico, desses que acreditam ou fingem acreditar na fábula narrativa do golpe. Também é verdade que muitos viviam bem melhor nos oitos anos do governo Lula e em uma análise mais simplista é plausível que isso renda pontos percentuais nas pesquisas. Mas explicar que quase metade do eleitorado admita hipoteticamente votar no chefe da organização que saqueou o País é missão praticamente impossível. Ainda que se considere a fragilidade a até a debilidade de muitas das demais candidaturas.

Não sou adepto a nenhuma teoria de conspiração e nem cabe aqui questionar o resultado de pesquisas como as do Ibope e do DataFolha. Mas, sob a ótica da análise política, elas trazem resultados enigmáticos. Números que em última instância mostram um emburrecimento do País, favorecem a candidatura do desqualificado Bolsonaro e leva o dólar às alturas. Certamente muitos ganham com isso.

Saqueadores petistas flagrados pela Lava Jato apostam na confusão para não sucumbirem diante das urnas. Por isso, insistem numa candidatura ilegal e têm a petulância de reivindicar que o condenado em tribunal superior participe de debates. Esse é o jogo deles. Zombam da Nação. E pior, zombam também de um Poder Judiciário que se mostra frouxo diante de tanta aberração. A Lei da Ficha Limpa, uma das coisas boas patrocinadas inclusive pelo PT, não deixa margem à dúvida. Condenado por órgão colegiado em segunda instância não pode ser candidato. Simples assim!

Explicar que quase metade do eleitorado admita  hipoteticamente votar no  chefe da organização que saqueou o País é missão praticamente impossível

Seria extraordinário para o País que o Judiciário se manifestasse rapidamente sobre a ilegal candidatura. As pesquisas seriam feitas com os candidatos de verdade, estariam menos poluídas. Aqueles que têm a apresentar apenas discurso troglodita certamente teriam de se expor um pouco mais e os brasileiros poderiam, em tese, fazer uma discussão, nos poucos dias que nos separam das urnas, um pouco mais responsável e realista sobre os anos vindouros.