Finalmente, o tão sonhado e esperado dia da impunidade ampla, geral e irrestrita chegou, e Lula da Silva poderá repetir – e provar! – que, como havia dito, é mesmo a alma mais honesta do Brasil, já que, contra si, não há uma mísera vírgula correndo nos inúmeros processos penais a que respondeu durante os últimos oito anos.

Sim. O que vimos e ouvimos sobre a Operação Lava Jato, o sítio de Atibaia, o tríplex do Guarujá, a conta Amigo (delatada por Palocci), o Instituto Lula e as palestras milionárias, enfim, tudo aquilo não passou de uma alucinação coletiva e uma conspiração internacional, envolvendo empresários, procuradores, magistrados, a CIA e o FBI.

Ricardo Lewandowski, do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro nomeado pelo próprio ex-tudo (ex-presidente, ex-presidiário, ex-corrupto e ex-lavador de dinheiro), pela amizade íntima com a falecida Marisa Letícia, acabou de suspender a última acusação – indevida, como todas, é claro, – contra o maior injustiçado deste ‘planetinha’.

VIDA QUE SEGUE

Coincidentemente, é aquele mesmo ministro que ‘rasgou’ a Constituição Federal, ao vivo e em cores, para todo o Brasil, ao lado do ilibadíssimo e insuspeitíssimo senador Renan Calheiros, após o julgamento do impeachment de Dilma Rousseff, nossa eterna estoquista de vento, mantendo inalterados todos os seus direitos políticos.

Lula, o auto declarado pai do Ronaldinho dos Negócios, em alusão ao seu filho-fenômeno, que enriqueceu estupidamente após (Lula) se tornar presidente, hoje está com a folha corrida mais limpa do que a de um monge franciscano recluso que saiu de casa para comprar pão e levou uma multa de trânsito por estacionar errado.

Segundo uma parte do Supremo, incluindo o novo ministro nomeado por Jair Bolsonaro, o verdugo do Planalto, Kássio Nunes Marques, mais de cem testemunhas – muitas delas, rés confessas -, dezenas de milhares de documentos (jamais questionados) e provas materiais irrefutáveis e incontestáveis, são absolutamente nulos e imprestáveis.

E AGORA?

De verdade, justo e admitido nessa história toda, apenas a inocência do Santo Lula e a torpeza do demônio Moro. O STF informa: a partir de hoje, para fins legais ao menos, o líder do mensalão e do petrolão (conforme denúncia do MPF), condenado em três instâncias, por no mínimo nove magistrados, é um exemplo de moralidade e probidade.

Fico aqui imaginando quando Lula, o padrinho político de Dias Toffoli e companhia, irá começar a processar (e pedir indenizações milionárias) os procuradores da Lava Jato, o ex-juiz federal Sergio Moro, os três desembargadores do TRF-4 e os cinco ministros do STJ (Superior Tribunal de Justiça) que o condenaram ‘sem provas’.

E também, quando ele processará os 70 executivos das empreiteiras corruptas, Marcelo e Emílio Odebrecht, Léo Pinheiro e Antônio Palocci, dentre tantos outros que o injuriaram, caluniaram e difamaram, delatando-o e acusando-o indevidamente (nota: mesmo todos estes tendo apresentado inúmeras provas, jamais contestadas).

(IN) JUSTIÇA

É uma pena, inclusive, que nosso ‘pai dos pobres’ não possa ser reparado pelo tempo que deixou de desfrutar do sítio – que não é seu, e do triplex – que também não é seu, bem como de beber os vinhos – que são de alguém, e de passear nos pedalinhos, com os nomes dos netos – sabe-se lá de quem. Afinal, são dias que jamais voltarão (hein?!?).

Espanta-me um Judiciário tão cruel, que prende por quase dois anos um inocente homem do povo, apenas para cassar seus direitos políticos e impedi-lo de salvar o País. Judiciário mancomunado com os golpistas dos EUA, que quebrou nossas eficientes e honestas empreiteiras e promoveu recessão e desemprego em um país que voava alto.

Adeus, homens maus de Curitiba. Agora, é Lula livre! É Lula, lá! É Moro bandido! Na boa, não temos guerra no Brasil. Não temos furacões ou terremotos. Mas, sinceramente, não precisamos. Damos conta de nos destruir sozinhos. Parabéns, STF! Lula é a alma mais honesta do País e Sergio Moro é ladrão. Beleza. Afinal de contas, eu sou o Pelé.