O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva anunciou, nesta quinta-feira (22), os novos integrantes de seu futuro gabinete, e afirmou que ao assumir a Presidência, em 1º de janeiro, receberá um país na “penúria” após quatro anos de governo Bolsonaro.
“Recebemos este governo numa situação de penúria, em que as coisas mais simples não foram feitas. De forma irresponsável, o presidente preferiu contar mentiras no ‘cercadinho’ do que governar esse país”, disse Lula, de 77 anos.
Geraldo Alckmin, seu vice-presidente e a partir de agora também futuro ministro da Indústria e Comércio, denunciou “um desmonte do Estado brasileiro” durante o governo de Jair Bolsonaro e afirmou que Lula terá uma “tarefa hercúlea” pela frente em seus quatro anos de mandato.
Lula, presidente por dois mandatos consecutivos, entre 2003 e 2010, anunciou 16 novos nomes para seu gabinete, que ao todo terá 37 Ministérios, contra os 23 atuais.
Entre eles, nomeou Nísia Trindade, presidente da Fiocruz, para a pasta da Saúde, enquanto o Ministério da Mulher será chefiado por Cida Gonçalves, que ocupou cargos nos governos de Lula e Dilma Rousseff (2011-2016).
Para a Igualdade Racial foi nomeada Anielle Franco, irmã da vereadora assassinada Marielle Franco, que se tornou um símbolo da luta contra o racismo e a violência policial. Ele também confirmou a cantora Margareth Menezes para chefiar o Ministério da Cultura.
Vários nomes são do Partido dos Trabalhadores (PT), como Camilo Santana (Educação) e Wellington Dias, que assumirá o Desenvolvimento Social, poderosa pasta à frente do Bolsa Família. Especula-se que essa vaga era cobiçada pela senadora Simone Tebet, que conquistou o terceiro lugar no primeiro turno antes de apoiar Lula no segundo.
Lula informou que outros nomes serão anunciados nos próximos dias. Entre os que ainda não foram divulgados e geram grandes expectativas estão os futuros titulares do Meio Ambiente e do novo Ministério dos Povos Originários.
O presidente eleito já havia anunciado há duas semanas seus futuros ministros da Justiça e Segurança Pública, Relações Exteriores, Casa Civil e Fazenda, para a qual foi designado o ex-ministro e ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad.