Lula diz que Trump não foi eleito para ser ‘imperador do mundo’

WASHINGTON, 17 JUL (ANSA) – O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), declarou nesta quinta-feira (17) que está disposto a negociar o tarifaço imposto pelo seu homólogo americano, Donald Trump, e disse que o republicano não foi eleito “para ser o imperador do mundo”.   

O mandatário brasileiro fez o comentário em uma entrevista concedida à âncora da emissora CNN, Christiane Amanpour, em meio à ameaça de Washington de aplicar tarifas de 50% aos produtos do país.   

“A melhor coisa do mundo é sentarmos à mesa e conversarmos.   

Caso Trump estiver disposto a levar a sério as negociações em andamento, estarei aberto a negociar o que for necessário. No entanto, o importante é que a relação entre os países não pode continuar dessa forma”, disse o petista, negando que suas origens ideológicas poderão afetar as conversas com os EUA.   

Lula mencionou que não vê Trump como um presidente de extrema direita, mas, sim, como um mandatário “eleito pelo povo americano”. Além disso, o brasileiro defendeu que não deseja ser um refém dos americanos e cobrou maior “liberdade para o comércio”.   

O petista acrescentou que Trump “não está interessado” em negociar as taxas, pois o magnata “acredita que pode fazer tudo o que acha que quer com as tarifas”. Contudo, Lula recordou que o republicano “foi eleito para governar os Estados Unidos, não para ser imperador do mundo”.   

Em outro ponto da conversa, Lula revelou ter ficado surpreso com o anúncio do tarifaço e até chegou pensar que a carta publicada por Trump nas redes sociais não era verdadeira. O brasileiro ainda mencionou que responderá a medida do magnata somente no “momento certo”.   

“Eu ainda não vejo crise, mas acho que precisamos negociar.   

Posso garantir que o Brasil dará a resposta certa à carta do Trump na hora e no momento certo”, contou.   

Lula deverá voltar a falar sobre as tarifas impostas por Trump em um pronunciamento que poderá ir ao ar ainda nesta quinta-feira (17) em rede nacional de rádio e televisão, às 20h30 (de Brasília). A declaração do presidente terá quase cinco minutos de duração. (ANSA).