O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) evitou dar um posicionamento sobre a tentativa de golpe de estado na Bolívia, mas disse que cobrará o contato do Planalto com autoridades bolivianas e o embaixador brasileiro no país. A declaração foi dada aos jornalistas na tarde desta quarta-feira, 26.

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Segundo Lula, o ministro das Relações Internacionais, Mauro Vieira, recebeu a orientação de conversar com o presidente Luis Arce e com o embaixador Pedro Miguel Costa e Silva, que atua no país. O petista afirmou ser um “amante da democracia” e disse que “golpes nunca deram certo”.

“Fui informado agora, pedi para meu ministro entrar em contato para ter certeza. Pedi para o ministro Mauro ligar para o presidente e para o embaixador brasileiro para termos uma posição”, afirmou.

“Como sou um amante da democracia, eu quero que a democracia prevaleça na América Latina. Golpe nunca deu certo”, disse Lula.

Após a repercussão, Lula convocou uma reunião de emergência com Vieira e o assessor para Assuntos Internacionais, Celso Amorim, em seu gabinete no Palácio do Planalto.

Militares bolivianos tentam invadir o Palácio Quemado, sede do governo boliviano. O governo acusa o general Juan José Zúñiga de comandar as ações.

Zúñiga deixou o comando do exército na terça-feira, 25, após ameaças feitas a Arce. O próprio militar confirmou a tentativa de golpe à emissoras de TVs locais. 

Em nota, o Ministério de Relações Exteriores da Bolívia denunciou a tentativa de golpe e pediu a ajuda da comunidade internacional para o respeito à democracia e à soberania de Luis Arce.

“O Estado Plurinacional da Bolívia denuncia à comunidade internacional as movimentações irregulares de algumas unidades do Exército, que atentam contra a democracia, a paz e a segurança do país. Fazemos um chamado à comunidade internacional e à população boliviana, para que sejam respeitados os valores democráticos e respaldar o governo do presidente Luis Arce Catacora”, declarou.