(Reuters) -O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira que não concorda com avaliações de que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil irá crescer menos de 1% e disse que a economia do país crescerá mais do que o estimado por aqueles que classificou como pessimistas.

“Não concordo com as avaliações negativas de que o PIB vai crescer zero não sei das quantas, 0,1%”, disse o presidente na abertura de uma reunião ministerial no Palácio do Planalto, em fala transmitida pela TV Brasil.

“Eu acho que a gente vai crescer mais do que os pessimistas estão prevendo. Vai acontecer mais coisas no Brasil do que as pessoas estão esperando que vai acontecer”, acrescentou.

O presidente também manifestou confiança de que o governo conseguirá aprovar no Congresso Nacional a proposta de novo arcabouço fiscal, anunciada na semana passada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, assim como uma reforma tributária, que tem sido aprontada como prioritária pela equipe econômica de seu governo.

“Se você olhar para a cara do Haddad depois do marco regulatório que ele fez, olha a cara dele de felicidade. Significa que ele está acontecendo, que vai passar. Nós estamos acreditando que vai passar a nossa tão sonhada nova política tributária neste país”, disse.

Lula afirmou que o salto da economia pode vir da atividade do que chamou de micro e pequena economia nos “rincões” do país. Ele afirmou ainda que é dever do governo manifestar otimismo com a situação da economia, porque, segundo ele, ninguém aposta em um cavalo se o próprio dono do animal dizer que ele está cansado ou com problemas.

“Estamos acreditando que esse país voltará a ser um país em crescimento, em geração de emprego, que essa é a nossa obsessão agora”, disse. “Temos que ter como obsessão fazer esse país voltar a crescer.”

Pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira pelo Banco Central, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, mostrou que a estimativa de crescimento do PIB em 2023 seguiu em 0,90%.

Lula também anunciou na abertura da reunião ministerial que na próxima segunda-feira fará o balanço dos 100 primeiros dias do governo, acrescentando que irá anunciar na ocasião os próximos passos de sua gestão.

“Na próxima segunda-feira, ao fazer a avaliação dos 100 dias, a gente vai ter que anunciar o que a gente vai fazer para frente, porque os 100 dias vão fazer parte do passado”, disse.

(Reportagem de Eduardo Simões, em São PauloEdição de Pedro Fonseca)

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