O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um discurso repudiando a violência doméstica, em meio às acusações contra seu filho mais novo, Luís Cláudio Lula da Silva. Segundo Lula, “mulher não foi feita para apanhar”. Até o momento, o chefe do Executivo não havia se pronunciado sobre o assunto.

“Neste país, existe muita violência contra mulher, e violência às vezes dentro de casa, que o marido não respeita muitas vezes a mulher”, disse, em cerimônia de lançamento da Pedra Fundamental do Campus Sol Nascente do Instituto Federal de Brasília (IFB), na região administrativa da capital federal, nesta quinta-feira, 11.

No discurso, Lula relembrou da história de sua mãe, Dona Lindu, e de seu pai que, segundo o presidente, era um “homem muito bruto” e batia nos filhos. “A mulher não foi feita para apanhar”, comentou.

As declarações ocorreram na esteira da defesa do presidente sobre a importância de um emprego, especialmente para uma mulher. “Normalmente, as pessoas falam que, quando o marido dentro de casa bate na mulher, ela fica com ele porque ela depende dele para comer”, comentou. Diante disso, o petista voltou a defender a igualdade salarial entre homens e mulheres que exercem a mesma função. “Tem gente que não quer pagar salário igual para homem e mulher”, lamentou.

As falas de Lula, contudo, ocorrem em meio às acusações contra seu filho de violência contra mulher. Uma médica de 29 anos registrou boletim de ocorrência online e acusou o filho mais novo do chefe do Executivo de agressões físicas e psicológicas. Os dois mantiveram relação nos últimos dois anos, mas se separaram, segundo ela, depois de a mulher descobrir supostas traições de Luís Cláudio.

O documento cita cinco acusações contra Luís Cláudio (violência doméstica, ameaça, vias de fato, violência psicológica contra a mulher e injúria). Advogados do filho de Lula disseram que as declarações são “fantasiosas” e pedirão reparação por danos morais.