14/11/2023 - 5:57
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva acusou nesta terça-feira (14) Israel de cometer “vários atos de terrorismo”, ao matar “crianças” e “inocentes” em seus bombardeios na Faixa de Gaza, onde trava uma guerra com o grupo islamista Hamas.
“Se o Hamas cometeu um ato de terrorismo e fez o que fez (ao matar quase 1.200 pessoas no ataque de 7 de outubro), o Estado de Israel também está cometendo vários atos de terrorismo, ao não levar em conta que as crianças e as mulheres não estão em guerra”, afirmou o presidente ao receber um voo com repatriados brasileiros de Gaza.
“Não estão matando soldados”, enfatizou na Base Aérea de Brasília.
Lula, 78 anos, disse que “nunca” viu uma “violência tão brutal e desumana contra inocentes”.
Na segunda-feira, perto da meia-noite, o presidente repetiu as críticas a Israel ao receber um voo com 22 brasileiros e 10 parentes, incluindo 17 crianças, que foram retirados de Gaza no domingo pela fronteira terrestre com o Egito, após mais de um mês de espera na zona de conflito.
Algumas horas antes, o presidente havia afirmado que após o ataque do grupo islamista “a solução do Estado de Israel é tão grave quanto foi o ato do Hamas”, ao discursar durante um evento realizado no Palácio do Planalto sobre a atualização da Lei de Cotas.
No discurso, ele acusou Israel de “matar inocentes sem nenhum critério” na guerra e de “jogar bombas onde tem crianças, hospitais, a pretexto de que um terrorista está lá, não tem explicação”.
Representantes da comunidade judaica no Brasil reagiram ao que consideraram palavras “equivocadas e injustas”, além de “perigosas” de Lula por “equiparar” Israel com o Hamas.
E defenderam os “esforços visíveis e comprovados” das autoridades israelenses “para poupar civis palestinos”.
“A comunidade judaica brasileira espera equilíbrio das nossas autoridades”, acrescentou em nota a Confederação Israelita do Brasil, que diz representar cerca de 120 mil judeus brasileiros, a segunda maior comunidade na região.
Lula celebrou a chegada dos repatriados que, destacou, foi o resultado do trabalho muito sério de muitas pessoas.
E prometeu que tentará a aprovação de uma segunda lista de pessoas que estão em Gaza e esperam retornar ao Brasil.
Desde o ataque do Hamas em 7 de outubro em território israelense, Israel respondeu com uma contraofensiva na Faixa de Gaza que já tem um saldo de mais de 11.200 mortos, segundo o grupo islamista.
Na semana passada, o assessor da Presidência para Assuntos Internacionais, Celso Amorim, disse, durante uma conferência humanitária sobre Gaza em Paris, que a morte de milhares de crianças palestinas nos bombardeios israelenses faz pensar em um “genocídio”.