Lula diz que expulsão de ministros seria ‘bobagem’ de União Brasil e PP

Partidos mandaram Celso Sabino e André Fufuca deixarem o governo, mas manutenção é negociada

André Fufuca e Lula
André Fufuca e Lula Foto: Reprodução/Instagram

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira, 7, que União Brasil e PP cometem um “equívoco, um erro, uma bobagem” caso expulsem os ministros do Turismo, Celso Sabino (União), e dos Esportes, André Fufuca (PP).

“De qualquer forma, vou conversar com eles. Eles são deputados, têm mandato, sabem também o que decidir, têm maioridade para isso”, acrescentou o petista em entrevista à TV Mirante, afiliada da Rede Globo no Maranhão, onde participou de uma rodada de entregas do programa Minha Casa, Minha Vida.

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O atrito entre União, PP e Lula

Federados desde agosto, PP e União Brasil determinaram no início de setembro que seus filiados deveriam deixar os cargos na Esplanada dos Ministérios em um movimento de migração para a oposição. A ordem valia para Sabino e Fufuca, que são deputados federais licenciados.

Desde então, com o recrudescimento da popularidade do governo, a dificuldade para construir unidade na oposição e as ambições eleitorais dos ministros colocadas, a debandada vem sendo adiada.

Sabino chegou a entregar sua carta de demissão, mas tem articulado para ficar no cargo ao menos até a COP30, que será realizada em novembro em Belém e é vista como uma boa vitrine para sua ambição de concorrer a senador pelo Pará, em 2026, com o apoio de Lula. Em reação, o União Brasil marcou uma reunião para quarta-feira, 8, em que a possibilidade de expulsá-lo será discutida.

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Já Fufuca participou da cerimônia do Minha Casa, Minha Vida ao lado do petista e reafirmou que apoiará sua reeleição. “Minha alma, meu coração e minha força de vontade estarão livres para brigar a ajudar Lula a ser [reeleito] presidente“, disse.

Figura central para encaminhar o partido à oposição, o senador Ciro Nogueira (PP-PI), ex-ministro da Casa Civil de Jair Bolsonaro (PL), disse que o ministro teria de escolher “entre o partido e o governo” nos próximos dias.