Lula diz que democratas precisam tomar decisão se Biden não estiver em condições de ser candidato nos EUA

Lula diz que democratas precisam tomar decisão se Biden não estiver em condições de ser candidato nos EUA

(Reuters) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira que o Partido Democrata precisa tomar uma decisão caso o presidente dos Estados Unidos e candidato à reeleição, Joe Biden, não esteja em boas condições de saúde para concorrer, mas indicou torcer por ele e disse que apenas o próprio Biden sabe como está.

“Eu pessoalmente gosto do Biden, acho que ele tem um problema. Mas quem sabe da condição do Biden, é o Biden”, disse Lula em entrevista à Rádio Princesa, durante visita à Feira de Santana, na Bahia.

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“O Biden tem que avaliar. Se ele não está (em condição), é melhor que eles tomem uma decisão”, acrescentou.

O presidente classificou a eleição presidencial nos EUA como “muito importante para o resto do mundo”, argumentando que o resultado, e a consequente política externa norte-americana podem influenciar se haverá uma melhora ou piora no planeta.

Ele também sinalizou que pretende trabalhar com qualquer candidato que vença o pleito.

A participação de Biden, de 81 anos, em um debate na semana passada contra o adversário republicano Donald Trump foi alvo de críticas, e o próprio Biden reconheceu sua idade avançada e o desempenho ruim.

Após o debate, os pedidos para que Biden renuncie à candidatura cresceram, há menos de dois meses da Convenção Nacional Democrata, quando o partido precisa oficializar um candidato para a eleição presidencial de novembro. O presidente dos EUA, no entanto, prometeu seguir na disputa para vencer Trump.

Segundo Lula, o debate da semana passada expôs fragilidades de Biden e forneceu espaço para Trump, a quem o presidente chamou de “cidadão mentiroso”.

A eleição presidencial dos EUA ocorrerá em 5 de novembro. Na mais recente pesquisa Reuters/Ipsos divulgada no mês passado, Trump obteve 41% da preferência dos entrevistados, enquanto Biden tinha 39%.

GUERRA NA UCRÂNIA

Na entrevista desta segunda-feira, Lula voltou a demonstrar sua oposição à guerra na Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022 com a ampla invasão russa promovida pelo presidente Vladimir Putin.

“Essa guerra foi desnecessária. Essa guerra poderia ser resolvida em uma mesa de negociação”, afirmou o presidente.

Lula acrescentou que o Brasil não participará dos esforços de guerra, como tem sido feito por alguns países ocidentais que fornecem financiamento e armas à Ucrânia, dizendo que pretende ajudar a negociar um acordo de paz quando surgir uma “brecha” para o diálogo entre os dois países.

Ele também retomou os pedidos por mudanças no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), defendendo que o órgão precisa de “força política para tomar decisões e evitar guerras”.

(Reportagem de Eduardo Simões e Fernando Cardoso)