Lula diz que Brasil não adotará reciprocidade agora para não piorar relação com EUA

Presidente disse ainda que governo está ‘passando a bola’ para time da Câmara e do Senado

13/08/2025 REUTERS/Adriano Machado
Lula durante cerimônia de anúncio de medidas para ajudar empresas afetadas por tarifaço dos EUA Foto: 13/08/2025 REUTERS/Adriano Machado

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira, 13, que seu governo não adotará por enquanto medidas recíprocas às tarifas comerciais de 50% impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros para não piorar as relações bilaterais.

Em discurso durante cerimônia para assinatura de medida provisória para ajudar setores afetados pelas tarifas do presidente dos EUA, Donald Trump, Lula disse que o Brasil segue em busca de negociar com os EUA, inclusive sobre o comércio de etanol.

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Lula disse ainda em seu discurso que o Brasil não aceitará a pecha de país que não respeita os direitos humanos, após relatório do Departamento de Estado dos EUA criticando a situação dos direitos humanos no Brasil.

O presidente também afirmou que o governo “está passando a bola para o time da Câmara e do Senado”. Os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), estiveram presentes na cerimônia de assinatura da “Medida Provisória Brasil Soberano”, que traz um conjunto inicial de ações para proteger empresas e trabalhadores brasileiros dos efeitos da sobretaxa.

“A crise quer dizer para a gente criar novas coisas. A humanidade criou grandes coisas que salvaram a humanidade num tempo difícil. Nesse caso, o que é desagradável é que a razão justificada para impor sanções ao Brasil não existe”, destacou Lula.

Dentre as medidas anunciadas pelo governo, estão a criação de linha de financiamento de R$ 30 bilhões, com recursos do superávit financeiro do Fundo de Garantia à Exportação, mudança das regras do seguro de crédito à exportação, medidas de contratação pública para incentivar a aquisição de gêneros alimentícios impactados pelas tarifas e mudanças em fundos garantidores para amparar os exportadores.