É o fim da picada. Os advogados do presidiário Lula entraram no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com pedido para que o petista possa gravar sua propaganda que vai ao ar no horário eleitoral gratuito direto da cadeia na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde está preso desde abril. É evidente que o TSE não vai permitir uma insanidade dessas. Afinal, preso não pode se comunicar com o mundo fora da cadeia. Só o marginal Marcola, que lidera o PCC, faz isso. Usa celulares que são introduzidos mediante suborno a guardas penitenciários, ou levados por familiares e comparsas, para continuar mandando no crime organizado aqui fora.

Aliás, é mais ou menos isso que Lula vem fazendo da cadeia: liderando o PT do interior da sua cela na PF em Curitiba, sem ser repreendido pelas autoridades carcerárias do Paraná. Já passou da hora de Lula cumprir sua pena como todos os demais 720 mil presos brasileiros: sem regalias. Mesmo que não seja autorizado a gravar os comerciais direto da cadeia, o que certamente não será, o PT vai usar depoimentos dados por Lula momentos antes dele ser preso na sede do Sindicato dos Metalúrgicos em São Bernardo do Campo.

Nesse dia, enquanto a PF cercava o sindicato, ameaçando invadi-lo para levar Lula preso, o petista aproveitava para gravar suas mensagens. Afinal, ele já sabia que passaria o período eleitoral detido e por isso passou boas horas confinado no sindicato gravando para o horário eleitoral. Ele já havia premeditado tudo: seria preso e manteria uma candidatura ilegal, à revelia da Lei da Ficha Limpa, para escárnio geral das regras eleitorais. Assim, durante o horário eleitoral que começa neste sábado, no espaço reservado para os candidatos a presidente, é bem possível que o Brasil assista, abismado, um candidato presidiário e desrespeitando a lei. A não ser que a Justiça Eleitoral tome jeito e não permita uma aberração dessas, que só vai desmoralizar o Brasil ainda mais no exterior.