O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contou nesta sexta-feira, 11, como foi a pane que afetou o avião em que estava durante voo de volta do México, no dia 1º de outubro. O chefe de estado ressaltou que, após o ocorrido, o governo pretende adquirir novas aeronaves à Presidência e aos ministros.
O presidente relatou em entrevista à “CBN de Fortaleza” como foi o incidente com o avião presidencial no retorno do México, quando foi preciso trocar de aeronave por problemas. Na ocasião, o VC-1, da FAB (Força Aérea Brasileira), apresentou problemas em um dos motores na decolagem e precisou voar em círculos durante quatro horas e meia para queimar combustível.
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O chefe de estado declarou que nunca havia passado por algo parecido. “Todo mundo teve tempo de repensar a sua vida. Foram quatro horas e meia em que eu pensei muito o que tinha para fazer. […] Foi um momento de muita reflexão”, pontuou Lula sobre o período que passou na aeronave enquanto a manobra era realizada.
De acordo com Lula, já houve um pedido ao Ministério da Defesa para que uma nova aeronave seja adquirida para o governo. “Um avião para o presidente da República é para a instituição, quem quer que seja eleito. Vamos comprar alguns outros aviões porque é preciso os ministros viajarem”, afirmou o chefe de estado.
Segundo o líder do Executivo, os problemas foram percebidos ainda quando a aeronave estava na pista. “Quando levantou voo, aconteceu alguma coisa, o avião estava com um ronco diferente, trepidava muito. Eu logo levantei para saber com o piloto o que estava acontecendo. Cheguei lá, a porta estava fechada. Eu bati e eles abriram. Estavam nervosos, porque estavam vendo como sair daquela situação e falaram que assim que tivessem informação iam passar”, disse Lula.
“O pessoal fica preocupado, pedi para servir almoço para o pessoal. Até fiz uma brincadeira estúpida dizendo que era preciso comer, porque a gente não sabia se tinha comida no céu”, comentou o presidente.
Aerolula
Lula também afirmou que foi comedido em tomar decisões relativas à compra de aeronaves por ter sido chamado de “Aerolula” durante seu governo. “Quando comprei esse avião, da Airbus, era o mais barato e menor. Mesmo assim o Brizola cunhou de Aerolula”.
O atual avião presidencial, modelo Airbus A319 e chamado de VC-1 pela FAB, foi adquirido em 2004, no primeiro mandato de Lula e custou US$ 56,7 milhões – US$ 91,7 milhões em valores corrigidos, que na cotação atual é pouco mais de R$ 503 milhões.
O vetor, montado em Hamburgo, na Alemanha e batizado oficialmente de Santos Dumont, tem capacidade para até 40 passageiros e pertence ao Grupo de Transporte Especial (GTE), unidade da FAB responsável pela realização das missões solicitadas pelo Planalto.