O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou neste sábado(19) a “medida arbitrária” do governo de Donald Trump de revogar vistos americanos dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que julgam o ex-presidente Jair Bolsonaro.
As sanções de visto anunciadas na sexta-feira pelo secretário de Estado americano, Marco Rubio, se aplicam ao ministro Alexandre de Moraes, ministros que o apoiam e seus familiares próximos.
“Minha solidariedade e apoio aos ministros do Supremo Tribunal Federal atingidos por mais uma medida arbitrária e completamente sem fundamento do governo dos Estados Unidos”, expressou Lula em nota divulgada pela Presidência.
“A interferência de um país no sistema de Justiça de outro é inaceitável e fere os princípios básicos do respeito e da soberania entre as nações”, acrescentou no texto também divulgado na rede social X.
Os Estados Unidos impuseram as sanções horas após Bolsonaro ser obrigado a usar tornozeleira eletrônica e permanecer em Brasília por supostamente obstruir o processo ao qual responde por conspirar para anular os resultados das eleições de 2022, nas quais foi derrotado por Lula.
O STF também determinou que o ex-presidente (2019-2022) não se aproximasse de embaixadas ou autoridades estrangeiras, nem usasse redes sociais.
Bolsonaro, que afirma ser inocente, denunciou uma “humilhação” por parte dos ministros.
O julgamento do ex-presidente de extrema direita desencadeou uma crise diplomática entre Washington e Brasília.
O STF “criou um complexo de perseguição e censura tão amplo que não apenas viola os direitos básicos dos brasileiros, mas também se estende além das fronteiras do Brasil para atingir os americanos”, disse o secretário de Estado Marco Rubio em um comunicado na sexta-feira.
Trump, aliado de Bolsonaro, já anunciou tarifas de 50% sobre as exportações brasileiras a partir de 1º de agosto, apontando para uma “caça às bruxas” contra o ex-presidente, e Lula ameaçou medidas recíprocas.
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