O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou nesta terça-feira, 26, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva contou estar preocupado com os desdobramentos do processo político. Na chegada a seu gabinete, após se reunir durante uma hora e meia na residência oficial do Senado com Lula, Renan destacou que o ex-presidente não classificou o impeachment da presidente Dilma Rousseff – em tramitação no Senado – como um “golpe”.

Segundo o peemedebista, Lula disse acreditar muito no Brasil, que o País é maior do que a crise, e o ex-presidente se mostrou disposto a colaborar com saídas. Na entrevista, Renan afirmou ter reforçado a Lula que, como presidente do Senado, atuará de forma “inafastável” com isenção durante a tramitação do processo.

Questionado sobre o motivo da preocupação seria uma eventual ingovernabilidade no País, o presidente do Senado disse que Lula não especificou a causa. Renan também afirmou que o ex-presidente não discutiu a respeito de uma eventual antecipação das eleições presidenciais durante o encontro.

“Não, não, não. Ele não tratou de antecipação, de convocação de novas eleições e isso não seria o caso”, disse.

A propósito do encontro com Dilma, no começo da noite desta terça-feira, no Palácio do Planalto, o presidente do Senado disse que vai continuar conversando com todo mundo. Ele relatou que nesta quarta vai conversar com o vice-presidente Michel Temer e depois com o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG).

“Acho que o papel do presidente do Senado é exatamente esse. É conversar com todo mundo para em todos os momentos demonstrar isenção e responsabilidade com o País, inclusive com a presidente da República, que ela me pediu para conversar e toda vez que ela pedir para conversar, eu conversarei com ela porque entendo que meu papel é exatamente esse”, destacou ele, ao dizer que trabalha para construir convergências com todos os atores da crise política.

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Perguntado se Temer estaria se apressando em, antes do afastamento de Dilma, formando o ministério, Renan se esquivou: “Eu sinceramente não acho nada e cada vez para manter a isenção eu devo achar menos para chegar ao final desse processo administrando essa convergência.”


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