O ex-presidente Lula, preso em Curitiba por corrupção, demonstra não querer mesmo fazer um mea culpa e se afastar dos corruptos. Como ele continua mandando no PT mesmo de dentro da cadeia, decidiu que a presidência nacional do partido continue a ser ocupada pela deputada Gleisi Hoffmann, para mais um mandato de dois anos. O partido tinha uma boa oportunidade de se renovar a escolher uma nova diretoria, com gente descomprometida com atos mal-feitos, mas Lula bateu o martelo em um novo mandato para Gleisi. Como se sabe, Gleisi é investigada pelo STF por corrupção. Ela recebeu R$ 1 milhão da Odebrecht para sua campanha ao Senado de 2010. E é ré, juntamente com seu marido, o ex–ministro Paulo Bernardo, no caso dos desvios dos recursos do Ministério do Planejamento para a empresa Consist, envolvida em irregularidades com a liberação de empréstimos consignados. Gleisi foi favorecida pela Consist e até pagamento de suas contas pessoais e motorista foram pagas com esse dinheiro. O mais grave que pesa contra Gleisi, no entanto, veio agora do ex-ministro Antonio Palocci, que fez delação premiada e incluiu a deputada na lista dos petistas beneficiados com dinheiro de corrupção das empreiteiras. Segundo Palocci, a presidente nacional do PT recebeu R$ 3,8 milhões das construtoras corruptas para sua campanha ao Senado de 2010. Ou seja, não poderia ter ninguém mais corrupta para Lula escolher para manter na presidência do partido. E olha que o PT chegou a sugerir o nome do ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, que também não é flor que se cheire e responde a inúmeros processos. Mas, certamente, Haddad tem uma ficha corrida bem menor do que Gleisi. Lula, como se vê, não aprendeu nada com esse tempo todo de cadeia.