Eu ainda não havia nascido quando Sérgio Porto, ou Stanislaw Ponte Preta, como queiram, cunhou o termo FEBEAPÁ, que inspirou o título do livro O Festival de Besteira que Assola o País. Eram os idos de 1966 e Banânia se encontrava em seu labirinto dos horrores, tal qual nos mantemos até hoje, desde pelo menos 1.500 (antes disso, não temos registro).

Pois bem. Foi assim que iniciei uma coluna a respeito de – outra!! – besteira dita por Lula da Silva, o ex-tudo (ex-condenado, ex-presidiário, ex-corrupto e ex-lavador de dinheiro), na ocasião de sua viagem à Argentina, quando elogiou “nuestros hermanos” pela inflação de 94% ao ano. Sem falar nos afagos às ditaduras e a defesa dos calotes que nos deram.

O chefão petista é insuperável em muitos quesitos. Cinismo e oportunismo, por exemplo. No campo das mentiras, não, pois perdeu o posto para o Pinóquio-mor da nação, Jair Bolsonaro, o fujão da Disney. E eu diria que é insuperável também na produção de falas como a desta terça-feira (14/3) durante um evento em Raposa Serra do Sol (RR):

“Resolveram contar a história que os índios eram preguiçosos e portanto era preciso trazer o povo negro da África para produzir neste país. Toda desgraça que isso causou ao país, causou uma coisa boa, que foi a mistura, a miscigenação”. Huuum… será? A covid foi uma desgraça, mas teve uma coisa boa, inventamos uma nova vacina. Poderia isso, Arnaldo?

Não, não dá para aceitar tamanha estupidez, ainda que a intenção tenha sido boa. Não há virtude – qualquer e jamais!! – em catástrofes humanitárias históricas como a escravidão, o holocausto, as cruzadas, o maoísmo, o stanilismo, o lenilismo, enfim, quaisquer formas de violência extrema e/ou extermínio de povos e etnias. Sem chance!

Aliás, fico imaginando uma fala destas, saindo da boca do patriarca do clã das rachadinhas e das mansões milionárias, compradas com panetones de chocolate e dinheiro vivo. Nesta hora, já estaria indiciado, processado e julgado (culpado, é claro), com razão, por 99% da imprensa nacional e por 105% da esquerda mundial.

Milhões de meus antepassados morreram simplesmente por serem judeus. Se alguém disser – ao menos perto de mim – que alguma coisa boa surgiu após e por causa do holocausto, é bom se preparar para uma briga bem feia. Muita gente, após um evento de “quase morte” (acidente, infarto etc.), se diz um ser humano melhor. Não sei como.

Se alguém precisa quase morrer para evoluir, me pergunto que raios de evolução é essa, ou quão ruim poderia ser este sobrevivente, antes do quase final. Não, não há nada de bom nisso, como não há na escravidão. Se a miscigenação brasileira é algo positivo, certamente não deve à escravidão sua realidade (e qualidade). Em boca fechada, não entra mosquito. Como diz o meme da internet: “se não tem a manha, não entra, não”. Fica quieto, Lula!