 "Ricardo Stuckert/Presidência da República")
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou nesta segunda-feira, 20, a nomeação do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) para o comando da Secretaria-Geral da Presidência da República. Boulos assume o lugar de Márcio Macedo, que deverá ser alocado para outro cargo no governo.
Boulos terá como missão reaproximar o petista de movimentos sociais, como o Movimento Sem Terra (MST) e o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), que comandou por anos. A entrada do deputado federal no Planalto é uma tentativa de fortalecer Lula junto à ala mais à esquerda.
Mesmo com a resistência de parte da cúpula petista, o nome de Guilherme Boulos no Planalto passou a ganhar força após a organização da manifestação contra a PEC da Blindagem e o PL da Anistia. Só na Avenida Paulista, em São Paulo, o grupo atingiu cerca de 42 mil pessoas.
Lula ainda quer dar corpo para Boulos, visto como um “queridinho” do petista. O psolista quer se lançar novamente à prefeitura de São Paulo em 2028 e espera um desempenho melhor que a eleição do ano passado.
Para se tornar ministro de Lula, Boulos deverá desistir de sua candidatura à reeleição para deputado federal. Alguns interlocutores do Planalto, todavia, não descartam a possibilidade de uma candidatura do psolista ao Senado, a depender do cenário de Geraldo Alckmin e Márcio França, ambos do PSB. Enquanto o primeiro tenta se manter na vice-presidência, o outro quer se lançar para a disputa do governo do estado de São Paulo.
Demitido, Márcio Macedo deve ser alocado para outro cargo dentro do governo, mas ainda sem destino certo. O agora ex-ministro também deverá focar em sua candidatura à Câmara dos Deputados com o suporte do senador Rogério Carvalho (PT-SE).
Quem é Guilherme Boulos
Guilherme Boulos é deputado federal, tem 43 anos, e emergiu como uma das maiores lideranças políticas de esquerda atualmente ao se tornar coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). É formado em filosofia e mestre em psiquiatria pela Universidade de São Paulo (USP).
Se candidatou pela primeira vez à um cargo público em 2018, quando tentou alçar à Presidência da República pelo PSOL. Obteve apenas 617.122 votos, ficando em 10º lugar.
Em 2020, se lançou candidato à prefeitura de São Paulo pela primeira vez. Chegou ao segundo turno, obteve mais de dois milhões de votos, mas perdeu para Bruno Covas (PSDB), reeleito sob a chancela do então governador do estado João Doria. Covas morreu meses depois, vítima de um câncer.
Em 2022, Boulos se candidatou pela primeira vez a deputado federal, sendo eleito com o 1.001.472 votos, um dos mais votados no estado. Voltou a ser candidato à prefeitura de São Paulo em 2024, ficando em segundo lugar, perdendo para Ricardo Nunes (MDB), reeleito após ser vice de Covas em 2020.