Lula comenta prisão de Bolsonaro:Justiça decidiu, está decidido

SÃO PAULO, 23 NOV (ANSA) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) evitou comentar, neste domingo (23), a prisão preventiva de Jair Bolsonaro (PL), mas afirmou que o ex-mandatário deverá cumprir a decisão determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).   

Em declaração à imprensa na África do Sul, onde participa da Cúpula de Líderes do G20, o petista destacou que decisões judiciais devem ser tratadas com respeito institucional e disse que o processo contra Bolsonaro seguiu todos os trâmites legais.   

“A primeira coisa é que eu não faço comentário sobre uma decisão da Suprema Corte. A Justiça tomou uma decisão, ele foi julgado, ele teve todo direito à presunção de inocência, foram praticamente dois anos e meio de investigação, de delação e julgamento”, salientou.   

“Então, a Justiça decidiu, está decidido, ele vai cumprir a pena que a Justiça determinou. E todo mundo sabe o que ele fez”, acrescentou o presidente.   

Lula ainda negou que a prisão de Bolsonaro poderá afetar sua relação com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enfatizando que o republicano precisa “saber que somos um país soberano, que a gente decide”. “E o que a gente decide aqui, está decidido”, afirmou.   

A prisão preventiva de Bolsonaro foi decretada no sábado (22) pelo ministro Alexandre de Moraes. A decisão se baseou em dois pontos centrais: a vigília organizada na sexta-feira (21) pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) em frente ao condomínio onde ele vive e a tentativa de violação da tornozeleira eletrônica.   

Ainda hoje, ao meio-dia, ele será submetido a uma audiência de custódia ? momento em que um juiz avalia se a detenção ocorreu de forma legal e adequada e decide se a prisão deve ser mantida.   

Bolsonaro também receberá a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, entre 15h e 17h, após Moraes autorizar sua visita.   

Já na segunda-feira (24), terá início o julgamento virtual na Primeira Turma do STF, que analisará a manutenção da prisão preventiva. Os ministros poderão votar entre 8h e 20h para confirmar ou não a decisão de Moraes. (ANSA).