Lula chama Bolsonaro de ‘frouxo’ e diz que não vai pedir Pix

Marcelo Camargo/Agência Brasil
Brasília (DF), 01/07/2025 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa do lançamento do Plano Safra 2025/26, no Palácio do Planalto. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) alfinetou o ex-presidente Jair Bolsonaro durante o lançamento do Plano Safra Empresarial 2025/2026, que ocorreu nesta terça-feira, 01, no Palácio do Planalto.

“Nunca vou pedir para vocês fazerem um Pix para mim. Nunca. Guarda o seu dinheiro para pagar os seus funcionários, eu não quero Pix. E jamais vou pedir anistia antes de ser condenado”, afirmou para a plateia, que contava com empresários do agro.

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“Quem é frouxo não deveria fazer bobagem, quem não tem coragem não deveria fazer bobagem, quem não mede o erro das consequências não deveria fazer bobagem. Este País está precisando de um pouco de seriedade”, completou o presidente.

Apesar de não citar nominalmente Jair Bolsonaro, Lula se referiu à campanha de doações via Pix que o ex-presidente tem conduzido e, segundo ele, já recolhe R$ 17 milhões.

O dinheiro teria sido usado para pagar advogados, cobrir as multas impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) devido a suposta tentativa de golpe de Estado e, também, para sustentar o seu filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que se auto-exilou nos EUA e de lá pede por sanções internacionais ao ministro Alexandre de Moraes.

Manifestação bolsonarista

A indireta de Lula sobre anistia também tem relação com acontecimentos recentes. Em ato realizado na Avenida Paulista no último domingo, 29, Jair Bolsonaro conduziu manifestantes pedindo por “justiça já”. O evento contou com 12,4 mil pessoas e foi a convocação do ex-presidente com menor adesão. Os participantes também clamaram por anistia aos presos de 8 de janeiro na ocasião.

Em seu discurso no evento, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), também pediu “anistia” e “pacificação”, além de estimular o público a gritar “fora, PT”.

O político é cotado como um dos nomes da Direita para a presidência em 2026, uma vez que Bolsonaro se encontra inelegível até 2030, mas ainda não indicou um possível sucessor.