Por recomendações médicas, o presidente Lula decidiu neste sábado, 25, cancelar a viagem que faria à China. A ida do petista ao país asiático já havia sido adiada em decorrência de um quadro de “pneumonia leve” desenvolvido pelo mandatário na sexta-feira e cujo tratamento, segundo os médicos, carece de mais tempo.
A ausência de Lula frustra uma das agendas diplomáticas considerada das mais importantes para o governo em razão da relevância comercial da China para o País. Em contrapartida, Lula terá mais tempo para dialogar com aliados políticos em busca de uma saída para a mais recente crise institucional alimentada pelos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, e da Câmara, Arthur Lira.
Na sexta, 24, mesmo já doente, Lula esteve reunido com ministros e lideranças do governo para estudar alternativas ao imbróglio sobre as tramitações de Medidas Provisórias no Congresso. Posteriormente, sentou-se à mesa com Lira e ouviu do deputado que não há como a Câmara ceder às pressões do Senado.
Hoje, os deputados defendem que seja mantido o regime excepcional de tramitação criado em função da pandemia. Eles avaliam que o formato permitiu à Câmara um protagonismo inédito na análise das MPs. Os senadores, por sua vez, querem a volta do rito constitucional, que estipula a criação de comissões mistas para apreciação das medidas antes que elas cheguem aos plenários das duas casas legislativas.
Além disso, o presidente pode acompanhar mais de perto as discussões sobre o novo arcabouço fiscal que fixará parâmetros para os gastos do governo, como forma de conter o décifit público. Segundo o ministro Fernando Haddad, as novas regras fiscais já estão prontas no aspecto técnico, mais ainda falta o presidente Lula bater o martelo sobre o projeto a ser enviado para a Câmara.
