O presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentará na COP 28, Conferência Climática da ONU, que será realizada entre 30 de novembro e 12 de dezembro, em Dubai, um programa de recuperação e conversão, sem desmatamento, de pastagens degradadas, anunciou o governo federal nesta quinta-feira (23).

O Secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária, Roberto Perosa, afirmou que o objetivo do programa é aumentar as áreas agricultáveis no país por meio do resgate de terras que sofreram danos ambientais e estão improdutivas.

“Nós realizamos um estudo e detectamos cerca de 160 milhões de hectares em áreas de pastagens. Desses, cerca 40 milhões estão em áreas de pastagens degradadas, com alta aptidão para a agricultura. Então, com algum investimento no solo, essa terra pode ser convertida para área agricultável”, disse Perosa durante uma coletiva virtual com a imprensa internacional.

Em 10 anos, o governo pretende investir US$ 120 bilhões (R$ 587 bilhões, na cotação atual) e expandir a área agrícola brasileira de 65 para 105 milhões de hectares, sem desmatar.

“Nós vamos fazer a expansão sem derrubar nenhuma árvore. São áreas antropizadas [alteradas pela ação humana], mas com um determinado nível de degradação por conta de gestões não otimizadas pelos produtores rurais”, explicou Perosa.

Segundo o secretário, atualmente, a iniciativa privada recupera cerca de um milhão e meio de hectares todo ano. O governo pretende acelerar a restauração dessas áreas por meio de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), do Fundo Soberano Brasileiro e do Banco do Brasil.

“A ideia é apoiar os produtores rurais, para que eles possam fazer uma gestão mais efetiva, com o uso de bioinsumo, com rastreabilidade. Será uma grande revolução que nós teremos no campo e no interior do país”, afirmou.

O desmatamento na Amazônia aumentou drasticamente durante o governo Bolsonaro, que favoreceu o avanço da agricultura e da mineração na região.

No início de novembro, o governo federal anunciou uma queda de 22,3% no desmatamento na região em doze meses até julho, o melhor resultado em quatro anos. O presidente Lula prometeu acabar com o desmatamento ilegal até 2030.

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