BRASÍLIA (Reuters) -O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta quinta-feira 16 indicações para os ministérios do novo governo, incluindo o nome do vice-presidente eleito Geraldo Alckmin para assumir o Ministério da Indústria e Comércio (MDIC), e disse que completará na próxima semana as nomeações para as 37 pastas de sua administração.

Veja a seguir os 16 ministros anunciados por Lula hoje:

Alexandre Padilha (Relações Institucionais)
Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência da República)
Jorge Messias (Advocacia-Geral da União)
Nísia Trindade (Saúde)
Camilo Santana (Educação)
Esther Dweck (Gestão)
Marcio França (Portos e Aeroportos)
Luciana Santos (Ciência e Tecnologia)
Cida Gonçalves (Mulher)
Wellington Dias (Desenvolvimento Social)
Margareth Menezes (Cultura)
Luiz Marinho (Trabalho)
Anielle Franco (Igualdade Racial)
Silvio Almeida (Direitos Humanos)
Geraldo Alckmin (Desenvolvimento, Indústria e Comércio)
Vinícius Marques de Carvalho (Controladoria-Geral da União)

Lula fez questão de garantir que irá “contemplar” aqueles que o ajudaram na campanha eleitoral e ainda não foram citados. Esse é o caso, por exemplo, da ex-candidata à Presidência Simone Tebet (MDB-MS), que teve importante participação durante o segundo turno. Outra cotada para ministério que ainda não foi indicada é a ex-ministra do Meio Ambiente e deputada eleita Marina Silva (Rede-SP).

“É mais difícil montar o governo do que ganhar as eleições. Nós estamos tentando fazer um governo que represente, no máximo que a gente puder, as forças políticas que participaram conosco da campanha. E eu quero dizer para os companheiros que ainda não foram contemplados que nós vamos contemplar as pessoas que nos ajudaram, porque nós somos devedores a essas pessoas que ousaram colocar a cara e enfrentar o fascismo que estava espraiado nesse país”, disse Lula a jornalistas.

Ao anunciar a lista de nomes escolhidos nesta quinta-feira, o petista deixou o anúncio de Alckmin para o final, como uma surpresa. Brincou, ainda, que tomou a decisão para “dar trabalho” ao vice.

“O último ministro que eu vou indicar agora vai ser a grande surpresa desta quinta-feira”, disse Lula, comentando que de início havia considerado o nome de Josué Gomes, presidente da Fiesp e filho de José Alencar, que foi vice de Lula quando ele ocupou a Presidência entre 2003 e 2010.

Diante da negativa do empresário –por conta de disputa na Fiesp e por ainda não ter concluído processo de sucessão de empresa para os filhos–, Lula passou a repensar o posto.

“Eu fiquei pensando. E resolvi fazer uma mudança no ministério. Resolvi dar trabalho para o meu vice, e o ministro da Indústria e Comércio será o companheiro Geraldo Alckmin”, anunciou o presidente eleito.

“Todo santo dia que o Alckmin me encontrava, ele falava: ‘presidente, me dê trabalho’. E eu fiquei pensando ‘se eu não der trabalho para esse cara, ele vai me dar dor de cabeça'”, brincou.

Pouco antes do anúncio dos ministros, ao comentar o relatório final apresentado pela equipe de transição, Lula alertou que todos os integrantes do primeiro escalão terão de começar “apertando os cintos”. Reiterou, ainda, que a prioridade de sua gestão será cuidar do povo mais pobre.

Também antes do anúncio de seu nome para o MDIC, Alckmin, que também atuou após as eleições como coordenador do Gabinete de Transição, afirmou nesta quinta-feira que a gestão atual promoveu um “desmonte” da administração pública, acrescentando que o futuro governo terá um “grande desafio” pela frente.

O vice disse que Lula receberá um país em estado “muito mais triste e difícil” do que quando assumiu a presidência pela primeira vez.

“Infelizmente nós tivemos um retrocesso em muitas áreas, o Governo Federal andou para trás”, disse o vice-presidente à imprensa, ao apresentar o relatório final da transição de governo.

(Reportagem de Eduardo Simões, em São Paulo, e Maria Carolina Marcello, em BrasíliaEdição de Pedro Fonseca)

 

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