 "Ricardo Stuckert/Presidência da República")
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) alfinetou a Organização das Nações Unidas (ONU) e criticou o avanço das guerras na Ucrânia e no Oriente Médio. A declaração foi dada durante a abertura da cúpula dos Brics, no Rio de Janeiro, neste domingo, 6. O secretário-geral da organização, Antônio Guterres, está presente no evento.
Durante a fala, Lula afirmou que o Conselho de Segurança da ONU perdeu credibilidade e fica paralisado sobre as decisões tomadas pela cúpula. Ele reforçou que países utilizam retóricas para justificar ataques ilegais.
“As reuniões do Conselho de Segurança da ONU reproduzem um enredo cujo desfecho todos conhecemos: perda de credibilidade e paralisia. Ultimamente sequer é consultado antes do início de ações bélicas. Velhas manobras retóricas são recicladas para justificar intervenções ilegais”, afirmou o petista.
Lula citou a guerra entre Israel e Palestina e voltou a classificar o caso como “genocídio” israelense sobre a Faixa de Gaza. Ele também defendeu o reconhecimento do estado soberano, não reconhecido pela própria ONU.
Essa não é a primeira vez que Lula alfineta o conselho de segurança da entidade. O Brasil tenta articular o aumento do número de cadeiras fixas no conselho. Atualmente o Brasil participa como convidado, enquanto Estados Unidos e Rússia têm poder de veto.
O petista também citou os ataques de Israel contra o Irã, mas evitou citar os EUA, que explodiu três reservas nucleares do país mulçumano.
Líderes dos países do Brics posam para foto durante reunião de cúpula no Rio de Janeiro. Foto: Pilar Olivares/Reuters
Brics esvaziado
Mesmo com o discurso contra guerras, o assunto não deve ser a tônica do encontro entre os chefes de Estado dos Brics. O foco da reunião deverá ser em Saúde, Meio Ambiente – na expectativa pela COP 30 – e Inteligência Artificial.
O debate sobre os conflitos enfraqueceu após o esvaziamento da cúpula. O presidente da China, Xi Jinping, por exemplo, cancelou sua participação e mandou seu primeiro-ministro para participar. Já Vladimir Putin, da Rússia, participará por videoconferência.