O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aguarda, na sua cela na Polícia Federal de Curitiba, por mais uma condenação em segunda instância que deve lhe atingir no máximo em outubro. É que os três desembargadores do Tribunal Regional Federal, da Quarta Região (TRF-4) devem analisar nos próximos 30 dias o recurso impetrado pelo Ministério Público Federal a respeito da decisão da juiza Gabriela Hardt, da 13ª Vara Federal do Paraná, que até outubro do ano passado era ocupada pelo juiz Sergio Moro, hoje ministro da Justiça, que condenou o petista a 12 anos e 11 meses no caso do Sítio de Atibaia. Os desembargadores do TRF-4 estão para tomar uma decisão sobre a apelação desde maio deste ano. O MPF quer aumentar a pena, enquanto os advogados de Lula pedem que ele sejam absolvido e alegam que o ex-juiz Moro usou de politicagem para condená-lo. Como o TRF-4 leva em torno de seis meses para analisar um recurso como esse, a estimativa é que um parecer seja conhecido em breve. O sítio de Atibaia, que pertenceria a Lula por contratos de gaveta, foi reformado pelas empreiteiras OAS e Odebrecht, em valores que superam R$ 1,1 milhão. Só a Odebrecht gastou R$ 700 mil na obra. Mas enquanto a decisão não sai, Lula continua mandando no PT de dentro da cadeia. Seus advogados esperam que no mês que vem o Supremo Tribunal Federal possa analisar o Habeas Corpus para Lula, considerando que ele já teria direito à progressão de pena: ou seja, que poderia cumprir o resto da pena no caso do tríplex em prisão domiciliar, com o uso de tornozeleira eletrônica. Mas mesmo que venha a ser solto em setembro por decisão do STF, em outubro o petista voltaria à cadeia por causa da condenação em segunda instância que deve lhe alcançar em outubro. Assim, o endereço de Lula, hoje com 73 anos, deve ser mesmo a cela na Polícia Federal ou uma penitenciária mais próxima de São Bernardo do Campo, onde morava até ser preso no último dia 7 de abril de 2018.


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