O presidente Luiz Inácio Lula da Silva acusou Israel neste domingo(18) de cometer um “genocídio” contra civis palestinos na Faixa de Gaza e comparou suas ações com a campanha de Adolf Hitler para exterminar os judeus.

“O que está acontecendo na Faixa de Gaza não é uma guerra, mas um genocídio”, declarou Lula à imprensa em Adis Abeba, na Etiópia, onde participa da cúpula da União Africana.

Para Lula, o conflito “não é uma guerra entre soldados e soldados”.

“É uma guerra entre um Exército altamente preparado e mulheres e crianças”, afirmou.

“O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu. Quando Hitler resolveu matar os judeus”, acrescentou.

Estas declarações sãs as mais contundentes emitidas até agora sobre o conflito por Lula, que ocupa a Presidência rotativa do G20.

Lula, de 78 anos, afirmou em novembro que o movimento islamista palestino Hamas “cometeu um ato terrorista” durante o ataque de 7 de outubro em Israel, que deixou 1.160 mortos, em sua maioria civis, segundo uma contagem da AFP com dados oficiais israelenses.

Os militantes islamistas também sequestraram neste dia 250 pessoas, das quais 130 continuam reféns em Gaza, incluindo 30 que teriam morrido, segundo dados israelenses.

Lula tem criticado duramente a resposta israelense que já deixou 28.985 mortos, em sua maioria mulheres e menores, segundo o Ministério da Saúde em Gaza, um território palestino governado por Hamas desde 2007.

Em viagem ao Cairo na quinta-feira, Lula criticou a guerra em Gaza, e já qualificou a ofensiva como uma “punição coletiva”.

Afirmou ainda que “não tem nenhuma explicação o comportamento de Israel, a pretexto de derrotar o Hamas, estar matando mulheres e crianças”.