O ex-presidente boliviano Evo Morales, que renunciou há 11 dias em função dos protestos contra sua controvertida reeleição, cometeu um erro ao buscar um quarto mandato – afirmou o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva em entrevista ao jornal “The Guardian” nesta sexta-feira (22).

Segundo o “Guardian”, Lula, que deixou a prisão em 8 de novembro depois de cumprir 19 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, não deu nenhuma indicação clara de que se candidatará a presidente em 2022.

Ao ser libertado, o ex-presidente pediu que o PT tire o presidente Jair Bolsonaro do poder.

Mas, em declarações ao jornal britânico, enfatizou que, nas próximas eleições, ele terá 77 anos e até “a Igreja Católica, com 2.000 anos de experiência, aposenta seus bispos aos 75”.

Evo Morales, de 60, estava há quase 14 anos no poder quando tentou garantir um quarto mandato na polêmica eleição de 20 de outubro.

“Meu amigo Evo cometeu um erro ao buscar um quarto mandato como presidente”, disse Lula, apesar de denunciar que “o que eles fizeram com ele foi um crime” e “um golpe de Estado”.

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Observadores da Organização dos Estados Americanos (OEA) encontraram irregularidades nas eleições de outubro, e seu principal rival, Carlos Mesa, descreveu-as como “fraude monumental”, que provocou protestos em massa na Bolívia.

Morales, que teve que se refugiar no México depois de perder o apoio das Forças Armadas e da polícia, denunciou um “golpe político, cívico e policial” instigado pela direita boliviana.


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