ROMA, 19 NOV (ANSA) – O presidente da Belarus, Alexander Lukashenko, admitiu em entrevista exclusiva à BBC, nesta sexta-feira (19), a possibilidade de que alguns migrantes possam ter sido ajudados por suas tropas a entrarem irregularmente na União Europeia (UE).   

“É absolutamente possível que nossos caras (tropas) estejam ajudando migrantes a entrar em território polonês. É perfeitamente possível. Nem vou investigar isso”, disse Lukashenko.   

A declaração é dada em meio às acusações da UE de que o regime do líder bielorrusso está usando deslocados internacionais como arma política em retaliação pelas sanções do bloco contra o país.   

No entanto, Lukashenko negou que a ajuda fornecida para os migrantes cruzarem a fronteira com a Polônia tenha sido dada com a intenção de causar uma crise e advertiu que não tem a intenção de impedi-los.   

“Se eles continuarem a vir, não vou impedi-los. Porque não estão vindo ao meu país, estão indo aos de vocês (Europa Ocidental)”, declarou, queixando-se de que “o Ocidente parou de falar conosco e de trabalhar conosco”.   

“Somos eslavos. Temos coração. Nossas tropas sabem que os migrantes estão indo para a Alemanha, o país mais rico da UE”, prosseguiu ele.   

Milhares de migrantes, a maioria deles do Oriente Médio, estão acampados perto da fronteira polonesa para tentar entrar na UE, que acusa Belarus de facilitar o trânsito dos deslocados para criar uma nova crise migratória na união.   

“Eu não os convidei (em referência aos imigrantes) para cá”, disse o líder. “Para ser sincero, não quero que eles passem por Belarus”, concluiu. (ANSA)