Lukashenko admite chance de nova eleição em Belarus pela 1ª vez

Lukashenko admite chance de nova eleição em Belarus pela 1ª vez

MOSCOU, 17 AGO (ANSA) – O presidente de Belarus, Aleksandr Lukashenko, afirmou que pode convocar novas eleições gerais no país se houver a aprovação de uma reforma constitucional. A declaração desta segunda-feira (17) é a primeira que o líder dá nesse sentido após mais de uma semana de protestos diários.

Segundo as agências de notícias russas, a afirmação foi dada durante a visita de Lukashenko a uma fábrica de produção de tratores em Minsk. Ao ser questionado por um funcionário sobre o tema, o mandatário afirmou que “sob pressão, o presidente não deve tomar uma decisão” e que é preciso “encontrar um compromisso que satisfará a todos”, disse conforme à agência Sputnik.

Já a Interfax acrescentou que o mandatário concluiu dizendo que é preciso “aprovar a reforma através de um referendo e depois, com a nova Constituição, ter novas eleições parlamentares e presidenciais”.

Lukashenko, que é conhecido como o “último ditador da Europa” e está no poder desde 1994, foi declarado vencedor das eleições de 9 de agosto com mais de 80% dos votos. No entanto, tanto opositores como diversos governos internacionais afirmam que o pleito não foi democrático e que houve fraudes nas urnas. Por conta disso, desde o anúncio da boca de urna, há protestos diários pelas ruas do país.

O mandatário, que está indo para seu sexto governo consecutivo, só conta com o apoio público da Rússia e da China e vem sofrendo pressão internacional, especialmente, da União Europeia, que convocou uma reunião extraordinária para o dia 19 de agosto para debater a crise em Belarus e a violenta repressão contra os manifestantes.

O temor dos europeus é de que os russos transformem o país em uma nova Ucrânia onde, desde 2014, há um conflito civil em regiões separatistas.

Nesta segunda, pela primeira vez, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também se manifestou publicamente e classificou a situação do país como “terrível”. O republicano ainda afirmou que está “acompanhando de perto” o desenvolvimento da crise em Belarus. (ANSA).