Sim, Maradona foi maior do que Pelé. Não! Não na bola que jogou, embora tenha jogado como poucos na história do futebol mundial. Mas Maradona foi muito maior do que Pelé na capacidade de criar polêmicas, no descompromisso com o politicamente correto, na opção por levar a vida do jeito que bem entendia, despindo-se diante do público sem qualquer pudor ou preocupação com as consequências daquilo que fazia.

Maradona ganhou uma Copa sozinho e deixou outra Copa pela porta dos fundos, flagrado num exame antidoping. Maradona colocou o Argentinos Juniors no mapa do futebol mundial, fez do Napoli um clube grande, virou nome de estádio. Maradona agrediu fãs e jornalistas, recusou-se a fazer exame de DNA, provocou acidentes de carros, virou habitué de hospitais na Argentina e em Cuba para tratar de seus vícios.

Deu um beijo na testa de Pelé, o mesmo Pelé que um dia disse que deveria estar num museu.

E quanto a isso acertou em cheio. Um dia, Pelé e ele deverão estar juntos, cada um com sua história, para todo o sempre num museu onde só os grandes têm vez.


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