Luísa Sonza usou o seu perfil no Instagram para rebater críticas que recebeu após ser nomeada madrinha do Instituto Negras Plurais, de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

A cantora, que é branca, e foi alvo de processo jurídico por racismo em 2018, afirmou que participa de diversos projetos, mas que não torna suas ações públicas para evitar que soem como oportunismo. Contudo, ela não tem controle sobre o que as outras pessoas vão fazer com a sua imagem.

“Gente, vi os stories que o Aldaberto [influenciador] fez falando sobre eu ser embaixadora do projeto Negras Plurais, sobre ego ou não. Eu nem sabia desse post, foi a Carol [dona do Instituto] quem fez. A gente já se conversa há muito tempo, desde a correria das enchentes, a gente já ajudou, têm vários outros projetos que eu faço e faço questão de não falar. Eu odeio falar sobre esse assunto”, iniciou.

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A artista também explicou que não gosta que as pessoas tenham a impressão de que ela está se aproveitando da fama para se promover em causas sociais e relembrou o episódio de 2018 dizendo que aprendeu muito com a situação.

“Porque eu sei muito bem o meu lugar e podem deixar que eu aprendi muito bem com tudo o que aconteceu, desde lá de 2018, que foi quando aconteceu tudo o que aconteceu. Então o que eu tenho é consciência da pessoa branca que sou e dos atos antirracistas que eu devo e é minha responsabilidade fazer. O que as outras pessoas querem fazer ou não com a minha imagem, com a minha ajuda, eu não tenho nada a ver. E, de preferência, prefiro que não falem mesmo”, complementou.

O anúncio de que Luisa Sonza se tornaria madrinha do projeto gerou muitos comentários. Enquanto alguns usuários defendem a ação, outros enxergam uma massagem no ego da cantora.

“Eu sempre fico incrédula com o quanto esquecem as coisas que essa mina faz. Além do caso de racismo, tem o dela espalhando fake news durante as enchentes do RS. Baita artista mesmo, só que não”, escreveu um usuário na nova rede social Bluesky. “Excelente!!! Sinal de que há ação de fato. Parabéns para a Sonza! O melhor caminho é sempre se reconstruir”, defendeu outro usuário na mesma rede.

Caso de racismo

Em 2018, Luisa foi acusada de racismo pela advogada Isabel Macedo de Jesus, sendo processada por danos morais em 2020. A cantora teria pedido que Isabel pegasse água para ela durante um evento privado.

“Era meu aniversário, e eu tinha viajado sozinha. Estava dançando, me divertindo e aproveitando a festa. Por acaso, parei atrás da Luisa. No evento, havia vários famosos, mas eu nem sabia quem era ela. Nunca tinha ouvido falar. Foi então que ela virou, bateu no meu ombro e disse: ‘Pega um copo d’água pra mim?’. Eu respondi que não tinha entendido, ela repetiu a frase e completou: ‘Você não trabalha aqui?'”, relatou a advogada em entrevista ao “Notícia Preta”.

Em 2022, a artista admitiu que cometeu uma “reprodução do racismo estrutural”. O processo, que corria em segredo de Justiça, foi encerrado após um acordo realizado em setembro de 2023 entre as partes. O valor da indenização paga pela artista não foi divulgado.