A carreira da cantora Luísa Sonza, 21 anos, está a todo vapor. Seu último disco Pandora bateu 80 milhões de views no Youtube e, na plataforma de streaming Spotify, Luísa é, junto com Anitta, a artista pop com maior número de cliques. E em breve ela vai causar na internet mais uma vez: lançará na festa “Combatchy”, no dia 18 de novembro, a música “combate”, que terá participação de Anitta, MC Rebecca e Lexa: “Tenho certeza que os fãs vão gostar”, disse ela em entrevista exclusiva à ISTOÉ. Para o próximo álbum, prepara músicas com influências de blues: “É o ritmo que me identifico e admiro.”

Você tem feito clipes com estéticas muito diferentes. Pretende entrar em novas abordagens?
Sou uma pessoa que naturalmente gosta muito de mudar. Toda a minha carreira é marcada por momentos de transição e também de crescimento como artista, então não descarto nenhuma possibilidade, nunca. Sou uma artista que pode sempre trazer algo novo e gosto disso, de inovar, de trazer algo diferente. Tudo pode acontecer com a Luísa.

E tem alguma coisa nova que deseja fazer?
O próximo álbum com certeza vai ter influência de Blues, porque é um ritmo que sempre gostei. Já tínhamos algumas músicas com essa influência, mas preferimos esperar pelo próximo álbum, que será uma coisa ainda mais madura.

De onde vem a tua preferência pelo blues?
Como eu tocava em banda, tive muito acesso a vários ritmos musicais. Tenho uma história com a música e seus vários estilos, por isso a minha transição e essa mudança constante que existe em mim, e o blues faz parte disso. Gosto dessa coisa livre que ele tem, o improviso vocal, notas mais secas e o timbrado usado pelos artistas de blues, é o ritmo que me identifico e admiro.

Tem algum hobby que as pessoas não conhecem?
Jogar futebol. A galera não imagina, mas sou apaixonada por futebol. Jogava em campeonato, era camisa 10 no futsal.

Ainda costuma jogar?
Hoje em dia não tenho muito tempo, fica mais difícil, mas quando vou para a minha terra em Tuparendi (RS) sempre dou um jeito de jogar bola. Meu pai adora, minha mãe é professora de educação física, então tenho essa relação com o esporte muito forte. Jogamos no sítio da minha família. Se quiser me deixar feliz, me convida pra jogar futebol. Futsal e handball, gosto muito. É a segunda coisa que mais amo depois de música.

E joga com a família ou em algum time da cidade?
Tinha as minhas colegas de escola, que jogavam campeonato, mas todo mundo agora tem seu trabalho, então jogo muito com meu pai, minha irmã mais velha, com a minha galera. E sempre joguei muito com menino, meus amigos, meus primos. A gente junta o pessoal de todos os times, de todas as idades, e joga um futebolzinho.

Você como mulher sofreu algum preconceito por isso?
Uma vez falei para um menino: “Bora jogar futebol?” Ele falou que não ia jogar comigo porque é “coisa de menino”. Menina, rodei a quadra correndo atrás dele e nunca mais ninguém fez isso comigo. Tem essa questão, sim. Uma vez falei para minha mãe que eu queria ser jogadora de futebol e ela falou que isso era coisa de menino. Pensei, tá bom, é coisa de menino, mas continuei jogando. É chato, mas depois que a gente joga e humilha os caras, eles falam: “Nossa, agora sim”. A gente vai provando.

Você levanta a bandeira da força da mulher. Começou ali?
Nunca me privei de nada e nunca deixei os outros me privarem. Se falavam alguma coisa contrária para mim, eu falava “peraí, gente. Vamos conversar porque não é bem isso.” E assim foi tudo dando certo na minha vida. É uma coisa natural, no fundo acredito que todas as pessoas querem a igualdade, mas muitos não entendem o que é. O feminismo acabou sendo uma palavra com interpretações erradas. Desde criança queria que meus direitos fossem iguais aos dos outros. Só falta entender e colocar didaticamente, de uma forma mais clara. Não é só mulher ser igual ao homem, a gente só quer uma sociedade com equidade. Nunca gostei de injustiça.

O clipe em parceria com a Pabllo também foi uma forma de levantar a bandeira LGBT, pela igualdade?
Todos nós temos de lutar por isso, falar sobre isso, levantar essa bandeira. O mundo perfeito é isso, temos de acreditar para chegar em um lugar com harmonia e igualdade, sem violência. Se eu tenho uma voz que atinge milhões de pessoas, tenho de falar, e vou falar, isso ajuda a sociedade como um todo. A Pabllo acima de tudo é minha amiga, é uma artista talentosa e que eu admiro. Ter ela numa música minha, do meu álbum, é uma honra. Além de tudo, a bandeira que ela carrega é muito importante, é algo lindo. Ninguém é mais a Pabllo do que ela. Essa coragem de ser você mesmo, inclusive a Pandora tem uma música que fala sobre isso, “Apenas Eu”. A Pabllo inspira de todas as maneiras, homens, mulheres, LGBTQ+s, inspira todas as pessoas a serem elas mesmas.

Pretendem fazer mais coisas juntas no futuro?
Com certeza, não será a última não.