O narrador Luís Roberto foi o convidado desta semana do podcast comandado por Galvão Bueno em seu canal no Youtube. Considerado por muitos como o sucessor do próprio Galvão na emissora, o narrador da TV Globo falou sobre momentos marcantes da carreira e revelou a origem do “sabe de quem?”, bordão que caiu nas graças do público ao narrar um gol. Segundo ele, a frase surgiu por um acaso e a ideia de usá-la nas transmissão não foi sua.

“O João Pedro Paes Leme (então diretor da Globo) é um dos responsáveis pelo ‘sabe de quem?’ Eu comecei a fazer uns bordões no vôlei. Na Olimpíada do Rio, no jogo contra a França, nos pontos do Wallace eu brincava com o Tande… ‘Sabe de quem, Tande? Wallace de novo’. E o João Pedro falou ‘temos um outro bordão aí’. Logo depois da Olimpíada, toca no meu telefone o Eric Faria, repórter da Globo. O filho dele, o Bernardo, pediu para eu usar o ‘sabe de quem?’ quando saísse gol no futebol. No primeiro jogo, Fluminense e Bahia, não usei, aí no jogo seguinte teve um gol do Paolo Guerrero, do Flamengo, e comecei a usar.”

Em seguida, Galvão Bueno relembrou o episódio em que Luís Roberto usou a frase “esses negros maravilhosos” para se referir aos jogadores da seleção francesa durante uma partida contra a Suíça pela Copa do Mundo de 2014, no Brasil. Luís contou que se surpreendeu com a repercussão nas redes sociais à época, mas ele afirma que não ficou mexido com o assunto e disse que ouviu a expressão pela primeira vez com o pai.

“Meu pai ia ao Pacaembu ver o Santos jogar e falava ‘esses negros maravilhosos de branco’… é lindo. E realmente, né? Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé…”, disse. Ele conta, ainda, que não se importou com as insinuações sobre a sua orientação sexual e que concordou em reeditar a brincadeira no Mundial de 2018. “Criamos uma expectativa para o jogo da França com o Peru, mas a partida foi ruim que dói. Aí eu não usei (durante o jogo), mas no final, falei e aí quebrou a internet”, disse.

Galvão Bueno parabenizou Luís Roberto por ter assumido a vaga deixada por ele como narrador oficial da seleção brasileira na Globo e sugeriu ao companheiro não se preocupar em criar bordões originais e “deixar o coração falar”. O icônico narrador de 73 anos contou, por exemplo, que o saudação “bem amigos da Rede Globo” surgiu por uma questão relacionada ao fuso horário em uma transmissão na Austrália. O amigo concordou e agradeceu a “bênção” na passagem de bastão narrando jogos do Brasil.

“Nós, que trabalhamos com esporte, temos uma paixão tão grande que o coração dimensiona o que está acontecendo”, disse Luís Roberto. “Vou deixar o coração falar porque tudo o que vem do fundo da alma e mais genuíno, autêntico e real.”